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Apesar da pouca chuva o verde surge no meio do nada e reforça a esperança do sertanejo potiguar, por dias melhores. (Foto: Aldair Dantas).

Missa tradicional no município de Angicos-RN, a chuva que caiu durante a celebração reforça a fé católica em São José. (Foto: Ney Douglas)

Redação/eliasjornalista.com

Segundo o Governo do Estado, os potiguares enfrentam uma das piores secas registradas nos últimos 50 anos. Segunda crença popular, chuva indica ano de boa colheita e abundância. A crença católica diz que se chover até o Dia de São José, celebrado nesta terça-feira (19), a safra vai ser boa.

O dia (19) começou com pancadas de chuvas onde anuncia o inverno que até o presente momento foram insuficientes para a formação de estoques de água nos principais reservatórios; açudes, tanques, poços tubulares, barreiros e principalmente cisternas, importante recurso para o suprimento da população rural com água potável, dessa forma a fé e a esperança do sertanejo permanece.

Segundo boletim da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (EMPARN), foi registrada chuvas em 46 municípios, em todas as regiões do Estado, desde às 7 horas de ontem até às 7 horas de hoje (19)”. Onde as maiores precipitações foram registradas nos municípios de Serrinha dos Pintos, com 80 milímetros, Martins com 75 mm e Tenente Ananias com 70 mm, municípios do Alto Oeste.

Explicação dos pesquisadores pra escassez de chuva na Região Nordeste

Segundo o Engenheiro Agrônomo e Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, João Suassuna: – A região semiárida nordestina é, fundamentalmente, caracterizada pela ocorrência do bioma da caatinga, que constitui o sertão -. O sertão nordestino apresenta clima seco e quente, com chuvas que se concentram nas estações de verão e outono. A região sofre a influência direta de várias massas de ar (a Equatorial Atlântica, a Equatorial Continental, a Polar e as Tépidas Atlântica e Calaariana) que, de certa forma, interferem na formação do seu clima, mas essas massas adentram o interior do Nordeste com pouca energia, tornando extremamente variáveis não apenas os volumes das precipitações caídas mas, principalmente, os intervalos entre as chuvas. No Semiárido chove pouco (as precipitações variam entre 500 e 800 mm, havendo, no entanto, bolsões significativos de 400 mm) e as chuvas são mal distribuídas no tempo, sendo uma verdadeira loteria a ocorrência de chuvas sucessivas, em pequenos intervalos.

“Portanto, o que realmente caracteriza uma seca não é o baixo volume de chuvas caídas e sim a sua distribuição no tempo. O clima do Nordeste também sofre a influência de outros fenômenos, tais como: El Niño, que interfere principalmente no bloqueio das frentes frias vindas do sul do país, impedindo a instabilidade condicional na região, e a formação do dipolo térmico atlântico, caracterizado pelas variações de temperaturas do oceano Atlântico, variações estas favoráveis às chuvas no Nordeste, quando a temperatura do Atlântico sul está mais elevada do que aquela do Atlântico norte”, explica.

A proximidade da linha do Equador é outro fator natural que tem influência marcante nas características climáticas do Nordeste. “ As baixas latitudes condicionam à região temperaturas elevadas (média de 26° C), número também elevado de horas de sol por ano (estimado em cerca de 3.000) e índices acentuados de evapotranspiração, devido à incidência perpendicular dos raios solares sobre a superfície do solo (o Semiárido evapotranspira, em média, cerca de 2.000 mm/ano, e em algumas regiões a evapotranspiração pode atingir cerca de 7 mm/dia)”, conclui Suassuna.

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