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Fundo Estadual de Cultura contemplará pequenos projetos, garante governadora. (Foto: Elisa Elsie).

Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com

“A cultura tem que ser encarada como um segmento importante para a geração de renda, pois é responsável por 4,5% do PIB nacional”, declarou a governadora Fátima Bezerra ao participar da abertura do Seminário Motores do Desenvolvimento, que nesta 37ª Edição trouxe para o debate o tema “Arte e Cultura como instrumentos de desenvolvimento econômico”. O evento foi realizado nesta terça-feira (14), no Hotel Escola Barreira Roxa. Danilo Santos de Miranda, diretor do Departamento Regional do Sesc São Paulo, a cantora Zélia Duncan e o presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Diógenes da Cunha Lima, foram os palestrantes.

Por considerar que os investimentos em Educação contribuem consideravelmente para a formação de artistas e de plateias, a governadora, em sua fala, conclamou a classe empresarial para a luta contra o bloqueio das verbas para as universidades e institutos federais. Ela também fez questão de destacar o trabalho que Danilo Miranda desempenha na gestão do Sesc de São Paulo e a atuação da cantora Zélia Duncan na defesa da arte e da cultura dentro da cadeia produtiva. “Além da bela voz, você tem cumprido esse papel muito bem”, elogiou.

Fátima informou que mesmo em meio à situação de calamidade financeira na qual o estado se encontra, assinou recentemente um decreto autorizando a destinação de R$ 3 milhões, por meio de renúncia fiscal, para a Lei de Incentivo à Cultura Câmara Cascudo. “Que por acaso eu tive o prazer de ter sido uma das propositoras quando fui deputada estadual”, lembrou. Além disso, o Governo em breve estará atendendo ao anseio da classe artística e dos produtores culturais com a criação do Fundo Estadual de Cultura (FEC) para o qual serão destinados outros R$ 3 milhões.

“A Fundação José Augusto é quem vai determinar como os recursos do Fundo serão utilizados, mas já adianto que serão destinados para pequenos projetos e de pouca viabilidade comercial. Também pretendemos implantar a linha de micro crédito pró-cultura no valor de R$ 8 milhões, através da AGN [Agência de Fomento do RN]”, adiantou.

A necessidade de transversalidade no tocante às ações para estimular o turismo foram citadas pela governadora como salutares para o desenvolvimento econômico do Estado. “Temos esse atrativo de beleza paisagística imensurável, mas que não é suficiente. Precisamos agregar o valor cultural, afinal, estamos na terra de Luís da Câmara Cascudo”, disparou. Ela se referiu aos equipamentos culturais, entregues a essa gestão em situação de calamidade, como o Teatro Alberto Maranhão (fechado para obras), a Biblioteca Câmara Cascudo (obra entregue sem ter sido concluída), Fortaleza dos Reis Magos (em reforma), entre outros.

“Tenho cobrado uma força-tarefa para que a gente consiga os recursos necessários para entregar essas obras à sociedade o quanto antes. Estamos extremamente empenhados em destravar o que precisa ser destravado, pois acreditamos que cultura é algo muito importante e não podemos negligenciar. Não podemos nunca perder a esperança, a fé e a nossa capacidade de trabalhar por um RN, por um Nordeste, por um Brasil melhor”, concluiu.

CULTURA ENQUANTO NEGÓCIO

Danilo Miranda fez questão de destacar que o Sesc não tem a “menor pretensão de fazer o super artista ou o super atleta”. E lembrou que Pelé, quando garoto, jogou no Sesc Bauru, “mas ele se tornou um dos maiores atletas brasileiros por ele mesmo. O que eu digo sobre a cultura é também válido para o esporte e vice-versa. O Sesc não fez ou faz, mas abre caminho. É como uma porta que se abre”, comparou.

Sobre isso, Zélia Duncan brincou que o significado do “S” no Sistema S seria de “salvação, pois quando não temos mais para onde olhar, o Sesc nos dá as mãos, nos dá uma oportunidade. Eu e meus colegas pensamos assim. E digo por mim mesma. Quando minha carreira despontou, eu já trabalhava fazia mais de dez anos tocando em barzinho, mas foi numa apresentação no Sesc que eu me senti uma artista pronta”.

O presidente da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN), Marcelo Queiroz, falou da importância dos projetos geridos pelo Sistema S, que envolve o Sesc (Serviço Social do Comércio) e citou a Orquestra de Cordas como um pequeno recorte em meio a tantas outras iniciativas. “Este está longe de ser nosso único projeto cultural. Nos últimos cinco anos, investimos mais de R$ 15 milhões e atingimos 1,5 milhão de pessoas. A cultura deve ser vista definitivamente como um instrumento fomentador da economia. Um bom exemplo disso é o carnaval em Natal”, destacou.

Logo no início do evento, o público – composto em sua maioria por artistas, produtores culturais e empresários – foi presenteado com a apresentação da Orquestra de Cordas do projeto Sesc Cidadão, sob a regência do maestro Eugênio Graça, que beneficia cerca de 120 crianças e adolescentes em Natal e Caicó. “Que bom começar o dia ouvindo essa orquestra, muito boa! Meus sinceros parabéns aos jovens músicos, ao maestro, e também aos organizadores por terem pautado a agenda da cultura para esse evento”, disse Fátima.

O seminário contou com a presença do prefeito de Natal, Álvaro Dias, da reitora da UFRN, Ângela Paiva, do 1º vice-presidente da Fiern, Pedro Terceiro de Melo, do presidente da Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte), Dácio Galvão, da presidente da Agência de Fomento do RN, Márcia Maia, dos secretários de Estado, Aldemir Freire (Planejamento e Finanças) e Jaime Caldo (Desenvolvimento econômico) e do presidente da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto, dentre outros participantes.

Promovido pelo jornal Tribuna do Norte, em parceria com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e Sistema Fecomércio, o evento teve o apoio do Governo do RN, da Prefeitura do Natal e do Ministério Público Estadual (MPE).

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