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Câmara retoma Frente Parlamentar da Cultura com debate sobre Festival do Forte. (Foto: Marcelo Barroso).

Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo/eliasjornalista.com

A Frente Parlamentar da Cultura, Esporte e Lazer retomou suas atividades nesta quinta-feira (7) na Câmara Municipal de Natal, e teve como pauta o aniversário dos 40 anos do Festival de Artes do Natal (FAN), que marcou uma geração de artistas, produtores culturais e população natalense na década de 1980.

A Frente debateu como trazer para os dias atuais um evento semelhante. “Estamos felizes em reativar a Frente porque não dá pra imaginar uma Câmara que não discute cultura de forma permanente. Estamos relembrando os 40 anos do FAN e pensando em projetos semelhantes que podem ser feitos hoje. A Frente promove esse momento de troca de experiências com perspectivas para as discussões futuras”, disse a vereadora Divaneide Basílio (PT), coordenadora da Frente. A reunião contou com a participação do vereador Maurício Gurgel (PSOL), produtores culturais e artistas que foram, inclusive, homenageados pela data festiva do evento histórico para o segmento da cultura natalense.

O presidente da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto, disse que o Governo do Estado está buscando o fortalecimento da cultura potiguar com o lançamento de editais que já estão em andamento ou em processo de lançamento para fomentar a cultura no estado em diferentes linguagens, além da recuperação de equipamentos culturais como o Forte dos Reis Magos. Ele defendeu a utilização do Forte como palco para manifestações artísticas. “A obra para reformá-lo foi retomada e o estado de conservação é um dos melhores entre os fortes do país e parte disso se deve ao FAN. Há uma mentalidade de que nenhum evento pode acontecer dentro do Forte, mas defendo que temos que colocar cultura ali dentro. Por isso, dentro do projeto expográfico, vamos incluir o FAN que aconteceu lá e, na reinauguração, realizar uma programação retomando o Festival do Forte”, sugeriu o Crispiniano Neto.

O festival acontecia no Forte dos Reis Magos e tinha artistas fazendo performances nas ruas e em estabelecimentos entre o Forte e a Praia do Meio, além de concentrar atividade no próprio Forte dos Reis Magos. A data sempre coincidia com os dias de lua cheia.

Francisco Alves da Costa Sobrinho foi um dos artistas participantes e contou que tudo aconteceu como uma reação de ruptura à opressão promovida pelo regime militar na época. “Tudo era muito difícil e havia muita perseguição em cima dos artistas e todas as manifestações foram feitas sem o poder público, mas pela força dos artistas. Essa inquietação foi canalizada por células culturais que já existiam espontaneamente em função da conjuntura da época. Tínhamos a exata noção de que precisávamos romper com uma série de barreiras e o grande mérito foi ter sido algo coletivo, abraçado como novidade na cidade e resultou do fortalecimento de todos”, avalia.

O FAN deu visibilidade às expressões artísticas desconhecidas ou com pouca visibilidade na cidade. Os artistas que participavam geralmente não tinham destaque na mídia. Artemilson Alves de Lima escreveu uma tese de doutorado sobre o evento. “Na minha tese faço uma análise de base sociológica que lança luz sobre o evento e sobre uma geração até então esquecida do ponto de vista de estudos. Foi um evento que instaurou definitivamente uma marca na cultura local e deu visibilidade às expressões antes desconhecidas do grande público da cidade”, revelou.

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