Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com
Optando por virar calendário gregoriano no aconchego do lar, com as mulheres de minha vida e a companhia dos pets, durmo logo após a badalada da meia-noite e acordo cedo, cheio de intenso vigor, partindo para fumegar café, degustar torrada com goiaba, subindo na moto, acelerando e partindo destino Ponta Negra para me tornar usufrutuário do espaço mágico da praia bela.
Ao chegar me deparo com as demandas naturais dos seres, que já me conhecem e que esperam por minha profissão conhecida, posições várias.
Um mostra a areia acumulada, as tábuas do calçadão soltas, lixo, catinga, abandono. Ponta Negra é – praticamente fora os passeios para as praias fora de Natal – nosso único reduto turístico, a orla deve ter cerca de três quilômetros, mesmo assim, está abandonada, cheia de pequenos serviços a fazer, coisinhas a consertar, detalhes a serem observados.
Tempo passa, prefeito vai, alcaide vem, nada de mais concreto consolida vontade de ali resolver bodes.
Enquanto uns berram por soluções, a natureza alheia aos problemas, se amostra, exuberante, cheia de charme, com o mar emoldurando a paisagem com suas ondas espumantosas, como champanhes se abrindo em comemorações diversas.
O Morro do Careca, altaneiro, incólume, recebe turistas alheios as leis em subidas furtivas, com todos se fazendo de doido, afinal no primeiro dia do ano poucos querem dar uma de brabo, e da pequena infração reclamar.
E sigo fotografando o que quero e os que pedem, mandando de graça via zap seus momentos, em registros que chamam de “profissional”, empoderando o ego e ampliando satisfação deste repórter das imagens e artesão dos textos, sentindo cada vez mais prazer em poder ser, neste mundo da fotografia, e da poesia/textual, um soldado, um voluntário, um cidadão, um realizador.
E a crônica do primeiro dia 2020 me posta no pé do Morro do Careca, onde agradeço oceânicamente minha existência e – olhando as pessoas de todas as raças, condições sociais, uns curtindo, outros labutando, numa democrática convivência saudável e agradável, penso na inevitabilidade do fluir dos anos e do prazer de os ir colecionando, como figurinhas, budas, corujas, placas, cartões postais.
Os anos passam, com a magia dos números, embalam numerologia, horóscopos, dão sentido a profecias, previsões, levam grana para eventos, marcam decisões.
Anos, anos e anos, passam, chegam, vão, são onipresentes, importantes, marcos, pavorosos, esperados, cheios de esperança, alguns queremos esquecer, outros colocar numa moldura, anos, anos e anos, sempre serão parte de nossas vidas.
Vamos colecionar o máximo possível deles. Até quando der…
Flávio Rezende, no primeiro dia, primeiro mês, ano dois mil e vinte. 11h37.
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