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O médico Luiz Henrique Mandetta foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira 16 de seu cargo de ministro da Saúde. Mandetta estava à frente do enfrentamento da pandemia de coronavírus no País, que já matou mais de 1,7 mil pessoas e infectou outras 29 mil em todo o Brasil. O próprio ministro escreveu no Twitter sobre a demissão.
Nelson Teich, novo ministro da Saúde do governo Bolsonaro. Nelson Luiz Sperle Teich é oncologista, conta com o apoio da classe médica e tem boa relação com os empresários do setor de saúde.
Cronograma anterior a demissão do ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta:
Na quarta-feira 15 à noite, em entrevista à revista Veja, Mandetta confirmou sua saída do governo do presidente Jair Bolsonaro. “São 60 dias nessa batalha. Isso cansa! Sessenta dias tendo de medir palavras. Você conversa hoje, a pessoa entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo diferente. Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né? Já ajudamos bastante”, afirmou Mandetta.
A demissão de Mandetta vem após muita especulação e incômodos por parte de Bolsonaro, que o ameaçava de demissão desde meados de março, quando o então ministro já seguia as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de demais técnicos da área sanitária, que recomendavam o isolamento social como medida mais efetiva de combate à propagação do vírus.
Na semana passada, Bolsonaro chegou a cogitar demitir Mandetta, mas foi convencido pela ala militar do seu governo em manter o ministro. No domingo 12, o chefe da pasta da Saúde concedeu uma entrevista à TV Globo na qual ele criticou a postura de Bolsonaro e pediu união no discurso.
A atitude de Mandetta incomodou a ala militar que até então estava em sua defesa e tentava segurar a demissão. O vice-presidente, Hamilton Mourão, em entrevista ao Estadão na terça-feira 14, também criticou o ministro por ter falado à TV Globo, e usou uma expressão do jogo de polo para dizer que Mandetta “cruzou a linha da bola” e cometeu uma “falta grave”, porque “não precisava ter dito determinadas coisas”.
Em pesquisas recentes, a popularidade do então ministro da Saúde disparou em relação à aprovação de Jair Bolsonaro. Segundo o Datafolha, a popularidade da gestão do ministro da Saúde frente à crise do coronavírus foi de 55% para 76%, enquanto a reprovação caiu de 12% para 5%.
Ao mesmo tempo em que seu ministro se destacava, o presidente Jair Bolsonaro viu sua reprovação aumentar de 33% para 39%, crescimento no limite da margem de erro. A aprovação segue estável (33% ante 35%), assim como a avaliação regular (26% para 25%).
Fonte: Carta Capital
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