Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com
Pela primeira vez na história do movimento sindical, a celebração do dia 1º de Maio vai se dar sem que a classe trabalhadora ocupe as ruas para defender o direito ao trabalho digno e a produção de riquezas com justiça social. Um vírus novo e potente impõe como necessidade o distanciamento social, ao mesmo tempo em que aprofunda a crise capitalista, com mais perdas para os trabalhadores e trabalhadoras. Por isso, a palavra de ordem é ninguém nas ruas, mas toda a classe trabalhadora mobilizada.
Em tempos de pandemia, as lutas se cruzam e a maior batalha é pela vida. A tragédia sanitária provocada pelo novo coronavírus é também tragédia humanitária nos países em que a saúde e a vida da maioria da população são menosprezadas e a classe trabalhadora é abandonada à miséria por governos que insistem em ser legítimos representantes do capital.
No Brasil, o governo de Jair Bolsonaro atua penalizando a classe trabalhadora e, neste momento de crise, continua adotando medidas sanitárias e econômicas que não contribuem para tranquilizar o povo brasileiro. Na saúde, age com negligência, expondo a população brasileira ao risco. Na economia, mais uma vez, o governo cobra sacrifícios de quem já está bastante sacrificado.
A classe trabalhadora perdeu direitos históricos com a implementação das contrarreformas trabalhista e previdenciária e segue sendo vilipendiada. Se antes da pandemia, o desemprego, o crescimento vertiginoso da informalidade e a diminuição da renda já assombravam os trabalhadores e trabalhadoras, agora a morte, por doença ou miséria, está à espreita.
Em vez de tomar medidas para proteger a saúde, o emprego e a renda da maioria da população, o governo insiste em privilegiar a saúde financeira das empresas. Primeiramente, a MP 927 e, posteriormente, a MP 936 trouxeram medidas excepcionais, como a redução de salários (com uma suposta redução de carga horária) e a permissão de suspensão temporária dos contratos de trabalho, sem a garantia da renda do trabalhador e da trabalhadora.
Mesmo em atividades que não cessaram, como é o caso do Jornalismo, as empresas – inclusive as grandes – estão aproveitando a brecha aberta pelo governo para reduzir salários e/ou suspender contratos de trabalho. Os profissionais jornalistas são chamados a cumprir seu papel social de informar a sociedade, são expostos ao risco de contaminação pelo novo coronavírus e, contraditoriamente, têm cortes em seus salários. Mais grave ainda são os casos de suspensão dos contratos de trabalho e de demissões que continuam ocorrendo, mesmo com a pandemia e a necessidade crescente da difusão de informações jornalísticas.
Pelo trabalho, garantidor das riquezas, pelos direitos da classe trabalhadora e também pela fraturada democracia brasileira, é preciso estar atentos, unidos e fortes. No Brasil e no mundo, trabalhadores e trabalhadoras não vão ocupar as ruas, mas estarão mobilizados para celebrar e exigir. Exigir relações e condições de trabalho que garantam vida digna a todos e todas. Exigir o respeito à organização de classe. No caso do Brasil, exigir a prevalência do Estado de Direito e das regras democráticas estabelecidas pela Constituição.
Neste Dia Internacional do Trabalhador, se não nas ruas, a classe trabalhadora estará unida virtualmente. As atividades de celebração e de luta serão realizadas de forma unitária pelas centrais sindicais, frentes e movimentos populares, numa grande manifestação virtual, a partir das 11h30.
Para se juntar ao 1º de Maio coletivo e solidário, basta acessar o link do evento.
#DiaDoTrabalhador
#SaudeEmpregoRenda
#ValorizaOJornalismo
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#ForaBolsonaro
Brasília, 30 de abril de 2020.
Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ.
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