Artigo Flávio Rezende: Escritos da Alma – emparedados, enredados e desnorteados seguimos –.
Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com
Acordo cedo, apesar de ter invadido o espaço temporal do sábado, mergulhado que estava em mais uma série espanhola from Netflix, enveredo pelos caminhos reforçados da higiene pessoal, fumego o café, me alimento, interajo, curto a família, brigo um pouco no Facebook no ringue da política nacional, partindo em seguida para meu mundo pessoal, o espaço da reflexão íntima, buscando navegação naquele porto onde só minha nau joga âncora, posto que o aqui exposto é matéria prima do meu pensar, onde só este capitão sem mandato, pode dar ordens a meus dedos e eles nutrir de reflexões, para assim mover teclados, e com texto pronto, tornar mais visível o meu pensar.
E assim mergulhei fundo nas tragédias, confusões, situações que os sapiens e demais viventes, por este planeta, passam.
Imagina você leitor os pré-históricos sob tetos cavernosos diante de chuvas torrenciais, enchentes, trovões, sem conhecimentos científicos, Whatsapp, celular, isolados, acuados, horrorizados com tanta zoada, chuvarada, lampejos?
E a mente depois de um gole de coffe vai indo, imaginando o aperreio dos antepassados diante de travessias oceânicas com escorburto, ventos fortes e ausência deles, as invasões, depois a estupefação diante do napalm, bombas atômicas, campos de concentração,ditaduras, massacres, perseguições, preconceitos, extermínios, pragas, gripes, doenças, que nos assolam desde os primórdios, desafiando nossa existência e nos empoderando para tentar a sobrevivência?
E assim, fomos vencendo, criando leis, casamatas, regulamentos, vacinas, proteções diversas, a gente se defendendo, criando saídas, e os problemas aumentando, igualmente se reinventando, ficando mais fortes, diferentes, potentes.
Nas batalhas, escaramuças, litígios e diferenças que encontramos e enfrentamos – seja entre nós, em suicidas lutas internas, seja com inimigos externos, chegamos ao mais novo desafio, o Covid 19, que nos jogou uns contra os outros, na maneira de o combater, pegou nosso patrimônio amoroso – nossos idosos, está ceifando os frágeis detentores de comorbidades, num covarde ataque aos já adoentados, minando a economia, a política, nos privando da companhia amorosa, do abraço amigo, da convivência saudável.
Covid parece ser a interseção da bomba atômica, com a alma nefasta do espírito preconceituoso, maldoso, ele pega os que cuidam, os que precisam de mais apoio, ele é a essência da destruição, o nuclear negativo agir, a síntese do que podemos resumir em: inferno.
E divididos, brigando, desnorteados, assistimos impotentes o império do Covid avançar.
No momento em que meu pensar joga isca pensamental para tentar entender a alma dessa situação, confesso no altar deste escrito, não saber o que será dessa alma que nos assola, que nos oferta hóstia tão hostil.
Será que Covid vai mudando e lentamente nos eliminando, ou vamos mais uma vez ter prorrogação de nossa partida por aqui?
O jogo está sendo jogado, e nele não ouso apostar nada, só refletir, pensar, analisar.
Que situação, rapá…
Flávio Rezende aos treze dias, sexto mês, ano dois mil e vinte, 14h33. Cidade do Natal/RN.
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