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Três deputados se pronunciaram no horário destinado às lideranças, na sessão ordinária desta terça-feira (01) na Assembleia Legislativa. Enquanto o deputado José Dias (PSDB) teceu críticas à esquerda pelo posicionamento contrário à venda de ativos da Petrobras, os deputados Francisco do PT e Sandro Pimentel (PSOL) criticaram a direita por não respeitar a democracia, em relação a atos do Governo Federal no Rio Grande do Norte.
“A Petrobras administrada de forma caótica, passamos da posição de excepcional para a de endividada”, disse José Dias, justificando a necessidade da venda de ativos no Rio Grande do Norte. Ele afirmou que o Brasil passou da ‘época áurea’ em que a Petrobras dava rendimentos, para uma fase menos atrativa, depois da queda do preço do petróleo. “A venda de ativos é absolutamente favorável para o Estado”, disse o parlamentar, que prevê um resultado positivo muito em breve.
Em seu discurso, o deputado Francisco do PT criticou a falta de posicionamento dos colegas sobre a intimidação do trabalho da imprensa, por parte do Governo Federal, citando ‘atentado de natureza física’ o repórter, e o aparelhamento do governo do Rio de Janeiro para evitar o trabalho de jornalistas. O deputado também citou o que chamou de ‘escalada autoritária de medidas antidemocráticas’ do Governo Federal em relação a nomeações de não eleitos para os cargos de reitores do IFRN e da UFERSA.
“Um desrespeito ao processo democrático. Já pensou se o presidente da República não gostasse da composição da Assembleia, colocasse outros deputados não eleitos? Qual seria a nossa posição?”, questionou Francisco do PT, que fez críticas ao fato de, num protesto feito por alunos no IFRN, o reitor temporário ter chamado a polícia. “Isso é típico de quem não tem votos, de quem não tem a aceitação da comunidade”.
O deputado Francisco do PT repercutiu como negativa a presença do presidente Jair Bolsonaro no Rio Grande do Norte, afirmando que ele deixou ‘legados’ como a retirada da Petrobras do Estado e a nomeação de uma ‘interventora’ para a reitoria da UFERSA. “Se era para anunciar maldades, era melhor nem ter vindo”, disse o deputado, solidário à presidente do DCE da UFERSA, Ana Flávia Lira, convocada para depor na Polícia Federal por ter declarado indignação com a nomeação de uma reitora não eleita pela comunidade acadêmica.
“É triste acompanhar o desmonte do processo democrático”, reforçou o deputado Sandro Pimentel (Psol). “Posso até não concordar com a palavra que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-la”, citou o parlamentar se referindo ao conceito de democracia, para criticar a interferência do Governo Federal para punir a estudante representante do DCE por defender a classe estudantil. “O que houve na UFERSA foi um golpe”, disse Sandro ao reforçar o discurso de Francisco do PT sobre a nomeação da professora Ludmilla Serafim, terceira entre os votados na eleição, mas anunciada reitora com a presença do presidente Bolsonaro em Mossoró.
“A professora Ludmila é uma interventora; participa do processo, não é eleita, mas é nomeada. Fica aqui meu repúdio ao presidente Bolsonaro, mas também à professora que poderia ter aceitado o resultado das urnas. Seria uma atitude grande e nobre, que só tem quem é grande e nobre”, ressaltou Sandro Pimentel. O deputado também prestou solidariedade à presidente do DCE. “Ela só fez um pronunciamento como qualquer um de nós faz. E ela tinha o direito de se indignar com o ataque sofrido, não a ela, mas a UFERSA”, disse o parlamentar.
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