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Há mais de 2 séculos o Brasil celebra todos os dias 29 de outubro o Dia Nacional do Livro. Mesmo com o tempo passando, é possível manter vivo o hábito da leitura. Escritor e professor de História mostra que mesmo durante a pandemia é possível desfrutar a companhia de uma boa leitura para superar este período difícil.
O Dia Nacional do Livro é comemorado em 29 de outubro e celebra a importância da leitura e, como não poderia deixar de ser, dos livros na vida dos seres humanos. A criação desta data comemorativa é referência ao dia que foi fundada a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Ela foi fundada há exatos 210 anos pela Coroa Portuguesa.
Os livros têm como função transmitir conhecimento, enriquecer as pessoas culturalmente, divertir, relaxar e, além, de outras coisas, ser uma boa companhia. Segundo o professor de História e escritor, Ueldison Alves de Azevedo, “a leitura é o único objeto material capaz de transformar o ser humano, pois independente da leitura, aderimos o conhecimento, viajamos em nossa própria imaginação dentro daquilo que o livro nos proporciona”.
Em tempos tecnológicos, é possível encontrar vários artigos, ebooks, PDFs para realizar algum tipo de leitura específica, mas como lembra o professor Ueldison, “desde a invenção da imprensa do século XV em Gutemberg na Alemanha e graças a Martinho Lutero em sua reforma protestante, o livro teve a sua versão mais famosa que perdura até os dias atuais”. O grande atrativo dos livros, ele ressalta, ainda são “os livros com cheiros, seja esses odores de livros novos e velhos”. No entanto, mesmo com tantos avanços tecnológicos, Ueldison avalia que “para despertar a curiosidade em principal dos jovens em época como a nossa, se faz necessário falar da composição e importância do livro, uma narrativa brilhante como de Hamlet de Shakespeare que faz nos emocionarmos ou Dom Quixote de Miguel de Cervantes onde viajamos na onda da loucura do cavaleiro errante. Faço essa viagem do imaginário com os meus alunos e por muitas vezes dão resultados positivos!”
Já a internet, salienta o professor, “é algo fantástico, é o fruto de uma revolução tecnológica dos anos 80, e o impacto dessa magnitude só ocorreu quando a imprensa foi criado como disse no século XV na Alemanha, claro a internet traz um algo rápido prazeroso de sentir a sensação da leitura, cada vez mais a grande rede toma sua forma dentro da plataforma de leitura, exemplo claro, hoje nós temos um aparelho no formato de tablet na qual é exclusivamente para leitura e nada mais”.
Mesmo assim, ainda é possível ver pessoas que não dispensam o livro impresso, como o professor Ueldison. “Podemos reparar que muitas pessoas assim como eu gostamos de sentir o livro, irmos numa livraria e levar a biblioteca para casa, eu sou compulsivo para livros, até por vezes me comparo as mulheres que vão numa loja de roupas e querem levar tudo o que há de melhor dessa loja”, brinca.
É preciso estimular a leitura, independente das circunstâncias
O isolamento social imposto pela pandemia obrigou as pessoas a mudarem seus hábitos e passarem mais tempo em casa. Neste sentido, é fundamental criar atividades para se entreter e manter a mente ativa: “Para quem gosta de uma boa leitura, tem desejo de conhecimento ou tranquilizar a mente, foi sim uma ótima forma de se desligar do mundo da COVID. No entanto, o brasileiro em si não é apto para ler, em nossa sociedade não foi cultivada essa habilidade para a leitura, isso já começa desde a reforma pombalina onde os padres jesuítas deixaram de educar os nativos e a responsabilidade passou a ser dos donatários.”
Ueldison Alves lamenta que até os profissionais acadêmicos não estão capacitados com uma boa leitura: “No Brasil até a nossa categoria de professores não conseguem praticar uma leitura adequadamente boa, mais de 70% dos docentes não abriram algum tipo de livro há mais de 3 meses. Então acredito que sim companhia boa o livro foi, mas apenas para aqueles que gostam realmente de ler”.
Professor de História, ele mostra que o livro ajuda em suas didáticas: “O imaginário é tudo, eu gosto de trabalhar com essa ideia dentro do campo da história e filosofia principalmente, pois eu começo a narrar um conto para a pessoa e na hora que consigo prender ela ao meu conto, simplesmente paro de falar e indico tal literatura e onde encontrar, a geração futura precisa ser aguçada isso é algo que me chama atenção”.
Ueldison reforça que o estímulo é importante para impulsionar e despertar essa atual geração, e faz uma comparação com a população dos tempos passados: “ Se olharmos uma sociedade iletrada da idade média para a nossa atual, veremos que nenhum desafio é o mesmo. Durante a idade média, para a igreja transmitir as informações sobre a Bíblia era cômodo colocar imagens iconográficos nas paredes para que as pessoas soubessem da vida de Cristo. Já na idade moderna as pessoas já não eram tão privadas assim das leituras como na idade antecessor, e como isso se deu? Pela vontade de querer saber o que estava descrito em várias páginas ou melhor, simplesmente por ter a sensação e o prazer do conhecimento através da leitura. Então pessoas privadas são levadas a leitura de maneira mais rápida, pois são aguçadas o tempo todo por esse anseio, e na atualidade não”.
Por isso, ele mostra que a leitura pode estar ao alcance de cada um, basta querer: “Tínhamos dentro das estações de metrô algumas máquinas que poderíamos pegar livros com apenas R$ 2 no bolso. Hoje pessoas também doam livros e claro, temos a internet, onde é mais difícil despertarmos essa magia de aderir um livro do que propriamente num passado onde muitos eram privados ao contrário de hoje”, finaliza.
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