Redação/Blog Elias Jornalista
“O gênero canção em sala de aula” foi tema da formação continuada dos professores de Língua Portuguesa da Rede Municipal de Ensino de Natal durante esta terça-feira (09), de maneira remota e que reuniu cerca de 100 profissionais. A formação organizada pelo Departamento de Ensino Fundamental teve como convidada a professora doutora Cássia de Fátima M. dos Santos, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). O processo de formação permanece acontecendo, em formato virtual, em tempos de pandemia do novo coronavírus. A abertura contou com a participação do artista potiguar Pedro Mendes, que cantou o clássico “Roberta” de Pepino di Capri, e a autoral “Embaixo do Jambeiro”.
“Iniciou hoje nossa jornada de formações para os professores de Língua Portuguesa. Escolhemos uma temática mais leve, visto que, estamos passando por essa pandemia, mas que, ao mesmo tempo, tenha aplicabilidade na sala de aula. Esse é o nosso objetivo, pois nosso papel é contribuir com a formação permanente dos nossos professores”, destacou a assessora pedagógica da SME, professora doutora Michelle Paulista.
De acordo com Michelle Paulista, a Rede Municipal de Ensino de Natal, é uma das poucas redes públicas que mantêm a permanente formação dos professores que estão em pleno exercício do magistério. “Temos um cuidado de formar nosso professor e apresentar temas interessantes e com metodologias aplicáveis em sala de aula”, destacou Paulista.
A professora do IFRN, Cássia dos Santos falo da importância de explorar o gênero canção como objeto de ensino e aprendizagem na sala de aula do Ensino Fundamental, considerando a canção popular como um eixo importante da cultura brasileira, e seguindo algumas orientações curriculares no sentido de desenvolver nos estudantes habilidades e competências preconizadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “O professor pode explorar o gênero canção de formas muito variadas na sala de aula. Há uma multiplicidade de saberes que as canções veiculam e que se tornam caminhos para a construção e negociação dos mais diversos sentidos”, destacou Cássia dos Santos.
Desde refletir sobre aspectos estruturais da língua até debater sobre a cultura da África, usando a canção “Mufete” de Emicida, ou ainda, o clássico “Rosa de Hiroshima”, de Vinícius de Morais, imortalizada por Ney Matogrosso, é um exemplo que resulta em excelente diálogo entre História, Língua Portuguesa e Artes. “Podemos dizer que a canção se encaixa no campo artístico-literário e oferece geralmente, a palavra envolta em plurissignificação, apontando muitas vezes para um diálogo interdisciplinar.
Pensar que cada artista tem um projeto e isso se torna elemento de pesquisa, que dialoga com os estudantes, pois a linguagem vem envolvida em melodia e arranjos, e a música instaura um clima de alegria e movimento em sala. “É importante que o docente esteja atento ao que os alunos ouvem, mesmo que ele não goste ou não esteja de acordo. Não se trata de uma operação simples, de apenas colher o que o aluno escuta na rua ou no seu cotidiano e colocar para tocar na sala de aula. A questão é mais complexa. Ou seja, é preciso ouvir os alunos, dialogar, compreender o fenômeno e associá-lo aos objetivos de aprendizagem. Afinal, é de responsabilidade da escola o acesso aos bens culturais produzidos coletivamente, mas sempre de modo reflexivo e contribuindo para que ele se torne um ouvinte/leitor atento e criterioso”, pontuou a doutora do IFRN.
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