Redação/Blog Elias Jornalista
Professor de Biologia do Colégio Marista Arquidiocesano, localizado em São Paulo (SP), Marcos Muhlpointner, responde aos principais questionamentos sobre os imunizantes
No dia 09 de junho é comemorado o Dia Nacional da Imunização. A data tem como objetivo chamar a atenção para a importância das vacinas, tanto para o indivíduo como para a saúde coletiva. De acordo com o Ministério da Saúde, “manter a vacinação em dia, mesmo na fase adulta, é um dos melhores métodos para evitar doenças e infecções.”
Ao entrarem no organismo, as vacinas fazem com o que o sistema imunológico reaja e produza os anticorpos necessários à defesa contra os agentes, o que torna o corpo imune às doenças causadas por eles.
O professor de Biologia do Colégio Marista Arquidiocesano, localizado em São Paulo (SP), Marcos Muhlpointner, responde a algumas dúvidas frequentes sobre as vacinas, principalmente sobre os imunizantes contra a Covid-19.
Como é o caminho para pesquisa e descoberta de uma vacina?
A primeira ação é descobrir o causador da doença, que chamamos tecnicamente, de agente etiológico. No caso da Covid-19 é um vírus. Depois disso, são identificadas as proteínas que compõem esse vírus e o seu código genético. Feito isso, de maneira geral, os cientistas vão descobrir as possibilidades de neutralizar essas proteínas ou uma maneira de inativar o código genético dele.
Como as vacinas da Covid-19 ficaram prontas “tão rápido”? O que mudou na Ciência para acontecer essa agilidade?
Esse foi um tema muito falado na mídia. Os vírus do tipo corona já são estudados há muito tempo e, como eles não são muito diferentes entre si, a tecnologia para estudá-los já estava bem desenvolvida. Isso possibilitou um estudo mais rápido e mais efetivo para a produção e testes dessa nova vacina.
Por que existem vários tipos de vacina (de várias marcas diferentes) para a Covid-19?
Basicamente, as vacinas podem ser feitas com o vírus “vivo”* atenuado, uma espécie de enfraquecimento dele para que ele não cause a doença, mas apenas estimule o corpo a produzir os anticorpos. A outra possibilidade é com o vírus “morto”*, para o nosso corpo desenvolver os mesmos anticorpos.
(* “vivo” e “morto” estão entre aspas, pois os vírus não são considerados seres vivos.)
Algumas vacinas podem ter efeitos colaterais? Por que isso acontece?
Quando o corpo reage produzindo dor ou febre – que são os sintomas mais comuns nas vacinas da Covid-19 – é sinal de que ele identificou a presença do vírus e está reagindo, de maneira positiva, a essa identificação. Alguns desses efeitos são mais fortes como tem acontecido com a AstraZeneca. Isso pode variar entre as pessoas, justamente, porque o corpo reage de modo diferente.
Por que, mesmo depois de vacinadas, as pessoas ainda tem que continuar usando máscaras, álcool gel e fazendo o isolamento social?
A vacina é uma defesa imunológica do nosso corpo. Isso não nos dispensa de termos ações sanitárias, de nos prevenirmos e aos outros. Quando uso a máscara, também estou protegendo quem está próximo de mim, pois posso ser assintomático e não saber que o vírus está no meu organismo. A limpeza das mãos deveria ser algo comum entre nós. Não apenas para esse vírus, mas a higiene delas nos previne de muitas outras doenças. O isolamento tem a intenção de evitar que o vírus circule entre as pessoas enquanto elas não estiverem imunizadas.
A única solução para conter um vírus é a vacina?
Como uma estratégia definitiva sim. No caso da poliomielite, ela foi erradicada nos anos 1980 por causa das campanhas de vacinação em massa que foram feitas no Brasil. Como o vírus da Covid-19 pode ser controlado pelo uso das máscaras, da higiene e do distanciamento – pelo menos nesse momento – essas ações ainda precisam ser tomadas pelas pessoas.
Sobre os Colégios Maristas
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