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A SOBOPE chama a atenção para a retinoblastoma, tumor ocular mais comum na infância.

Redação/Blog Elias Jornalista

A retinoblastoma, embora raro, é responsável por 15% dos cânceres no primeiro ano de vida.

O dia 10 de julho é o Dia Mundial da Saúde Ocular. Instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a data tem o intuito de conscientizar sobre a necessidade dos cuidados com a visão. De acordo com o Instituto Brasileito de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de seis milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência visual no país, sendo que boa parte desses problemas poderiam ser evitados se identificados e tratados precoce e adequadamente.

 

A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) aproveita a data para chamar a atenção para o tumor ocular mais comum na infância, o retinoblastoma. Responsável por até 15% de todos os cânceres no primeiro ano de vida, o retinoblastoma é um tumor maligno que surge na retina e ocorre em aproximadamente 1 a cada 15.000 crianças. Em 95% dos casos, o tumor surge antes dos cinco anos de idade.

 

“O teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho é fundamental para identificar precocemente a leucocoria, ou seja, um reflexo branco na pupila da criança, quando este deveria ser vermelho.  Esse reflexo branco é o sinal mais frequente e muitas vezes é percebido pelos pais em fotografias com uso de flash. Outros sintomas são: estrabismo, baixa visão, sensibilidade exagerada à luz e até deformação do globo ocular”, afirma a Dra. Flávia Delgado Martins, oncologista e membro da diretoria da SOBOPE.

 

Além do teste do olhinho, outros exames são necessários para diagnosticar a retinoblastoma, como o mapeamento da retina com dilatação pupilar, a ultrassonografia ocular e a ressonância magnética. A necessidade de sedação para realização destes exames não deve ser um impeditivo para a investigação de anormalidade observada pelos pais ou pelo pediatra.

 

“O retinoblastoma é uma doença que tem cura. Com tratamento adequado e feito de maneira precoce, a taxa de sobrevivência é maior que 95%. Os objetivos do tratamento são, em primeiro lugar, salvar a vida da criança; preservar a visão e, por fim, preservar a estética do olho”, salienta Flávia.

 

Ainda segundo a porta-voz da SOBOPE, o tratamento dependerá do estágio do tumor. “Os tumores descobertos logo no início são, em sua grande maioria, tratados com terapia local, como  laser e crioterapia. Em alguns casos, a quimioterapia sistêmica e/ ou intraocular se faz necessária. Já aqueles que se encontram em estágios muito avançados e que não mais se limitam ao olho, além da remoção do globo ocular, a criança será submetida a quimioterapia sistêmica em altas doses”, explica a Dra. Flávia.  

 

A realização do teste do olhinho é obrigatória aos planos de saúde e ao Sistema Único de Saúde (SUS) ainda na maternidade. Depois disso, continua sendo importante nas consultas pediátricas regulares de avaliação da criança, pelo menos duas a três vezes ao ano, nos três primeiros anos de vida. O exame, como visto, é primordial para a detecção rápida e precoce da doença. Cabe ressaltar que o teste do olhinho não substitui o exame oftalmológico precoce, ao qual o bebê deve ser submetido preferencialmente dentro dos 6 primeiros meses de vida e no máximo dentro de 1 ano de vida. “Que neste Dia Mundial da Saúde Ocular, possamos estar alertas para assegurarmos a qualidade de vida desde o nascimento de nossas crianças”, finaliza a médica.

 

Sobre a SOBOPE

Fundada em 1981, a SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao câncer infanto-juvenil e seu tratamento para todas as regiões do país e uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais. Promove o ensino da oncologia pediátrica, visando à divulgação e troca de conhecimento científico da área em âmbito multiprofissional.

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