Líderes ressaltam problemas nas estradas e projeto em defesa de indígenas e quilombolas.
Na Sessão Plenária desta terça-feira (21), na Assembleia Legislativa, as lideranças partidárias se pronunciaram acerca de questões, como as condições das rodovias estaduais, bem como falaram sobre projetos de lei em defesa de parcelas vulneráveis da população, como os indígenas e os quilombolas.
Primeiro a discursar no horário de líderes, Nelter Queiroz (PSDB) criticou a situação “precária” das estradas estaduais, em diversos trechos do interior do Rio Grande do Norte.
“Eu quero fazer um relato sobre o que vi no final de semana, quando andei por Santana dos Matos, Florânia, São Vicente, Ouro Branco, São José do Seridó etc. Eu lamento muito a situação precária das nossas estradas. Na rodovia que liga São Vicente a Florânia, por exemplo, todo o asfalto já foi arrancado. Eu encontrei buracos também na BR-304, indo até Jucurutu. Além disso, quando vou para Currais Novos, vejo a mesma buraqueira. E por aí vai… Agora, vocês imaginem como fica a população, que enfrenta esses problemas todos os dias”, iniciou.
Segundo o parlamentar, “a governadora Fátima esqueceu sua origem popular e agora cuida apenas da elite potiguar”. “Isso é o povo que está me dizendo, por onde eu passo. No trecho entre Caicó e São João do Sabugi é a mesma coisa: a estrada parece uma tábua de pirulito”, recriminou.
De acordo com Nelter, o governo passado deixou dinheiro em caixa, que deveria ser utilizado para se investir nas estradas.
“A população quer que a governadora recupere as rodovias, porque essa situação é uma imoralidade. Sem contar os acidentes fatais, quando as pessoas caem nos buracos ou tentam desviar deles e acabam colidindo com outros veículos. Eu não sei se Fátima Bezerra acha que o povo está acreditando nela, porque é ordem de serviço pelos quatro cantos do Estado. Mas eu só quero dizer que, em nome do povo potiguar, eu fico triste e lamento muito tudo isso”, concluiu.
Em seguida, a deputada Eudiane Macedo (PV) utilizou seu horário para agradecer as palavras de carinho recebidas em virtude do falecimento recente do seu pai, José Martiliano da Silva, mais conhecido como “Pernambuco”.
“Meu pai chegou aqui no RN, no final da década de 1970, e foi morar em Ceará-Mirim. Ele era um homem que vivia intensamente todos os momentos. E eu tenho muita gratidão a Deus por ter vivido seus últimos anos de vida ao lado dele e por ter feito tudo que uma filha poderia fazer em vida. Hoje eu choro porque já sinto saudade, mas estou muito confortada e leve. Todas as mensagens de carinho que eu recebi, desde quinta até hoje, estão me ajudando muito”, disse.
Segundo a parlamentar, seu pai trabalhou na Usina São Francisco, em Ceará-Mirim, e também foi diretor de obras na cidade de Maxaranguape. “Ele era carnavalesco e boêmio nato, vivia nos bares do Beco da Lama. Eu só tenho recordações boas dele, que era também uma pessoa muito amiga. Então, isso tudo me conforta, sabendo que os 73 anos de vida dele foram bem aproveitados”, acrescentou.
Concluindo sua fala, Eudiane externou mais uma vez sua gratidão a todos os deputados, amigos e familiares que lhe enviaram mensagens de conforto.
“Portanto, eu agradeço a todos os deputados e deputadas, aos meus amigos e aos amigos de papai, que me mandaram mensagens de carinho. Saibam que eu estou tranquila e só tenho gratidão a Deus por ter vivido os últimos dias do meu pai ao seu lado”, finalizou a parlamentar, emocionada.
Por fim, Isolda Dantas (PT) falou da sua alegria pela apresentação do Projeto de Lei que trata do Estatuto Estadual de Promoção à Igualdade Étnico-racial.
“Hoje eu quero falar da felicidade que temos por estarmos com esse projeto de lei pronto. Todos sabem que já é prática do nosso mandato sermos instrumento de força e, acima de tudo, de segurança jurídica dos movimentos sociais. Essa é a nossa maior razão de ser. Então, hoje eu não poderia estar mais contente”, disse Isolda.
Na sequência, a parlamentar agradeceu o apoio do presidente Ezequiel Ferreira (PSDB) e das organizações que estiveram junto com ela no processo de elaboração da futura lei.
“Em novembro de 2021, nós realizamos um seminário que reuniu 60 lideranças, a fim de iniciarmos o processo de debate sobre esse projeto que cria o Estatuto Estadual de Promoção à Igualdade Étnico-racial. E ele não é um simples projeto de lei. É uma matéria que teve um amplo processo de discussão nas comunidades indígenas, quilombolas e de matrizes africanas. Tudo isso com o objetivo de incluir, na legislação, as necessidades desses povos com os quais temos uma dívida histórica”, detalhou.
Segundo Isolda, a matéria reúne os desafios e as pautas desses povos que convivem ainda com o preconceito, a discriminação e a desigualdade. “Nós, que somos brancos, não temos a noção do que é entrar numa farmácia ou num supermercado e ser seguido por um segurança. O racismo é estrutural e aparece no extermínio da juventude negra, no desemprego, na fome”, ressaltou.
Ainda de acordo com a deputada, um estudo publicado recentemente pela ONU mostrou que 33 milhões de brasileiros estão passando fome, sendo a maioria negros e negras.
“Esse estatuto traz um conjunto de políticas públicas, que é obrigação do Estado e de toda a sociedade, a fim de reparar a dívida histórica que temos com esses povos. Portanto, é com muita alegria que vou protocola, nesta Casa, este projeto de lei, fruto de um processo de escuta e protagonismo desses povos, que ao longo do tempo tiveram sua existência e direito negados”, finalizou Isolda.
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