O brasileiro Alison dos Santos conquistou a medalha de ouro na final dos 400m com barreira, na noite de terça-feira (19), no Campeonato Mundial de Atletismo, disputado em Oregon, nos Estados Unidos.
Alison, também conhecido como Piu, conseguiu o tempo de 46s29, recorde do campeonato e o terceiro melhor da história da prova. Os americanos Rai Benjamin (46s89) e Trevor Bassitt (47s39) completaram o pódio da prova.
“Obrigado a todos que torceram, que participaram dessa luta. Só tenho a agradecer a vocês que acreditam em mim. Cada energia que vocês mandaram valeu a pena. Hoje, nada mudou. Alcançamos o topo do mundo, o título é nosso”, disse Piu ao Canal Olímpico do Brasil após conquistar o ouro.
Alison dos Santos conquistou nesta terça-feira (19/7) a 14ª medalha brasileira na história dos Campeonatos Mundiais de Atletismo, iniciada em 1983, em Helsinque, na Finlândia. Ele levou o título de campeão mundial, com o tempo de 46.29, recorde do campeonato,sul-americano e brasileiro, e ratificou a sua condição de um dos melhores atletas da história do País. Ele ganhou a medalha de ouro nos 400 m com barreiras no Mundial do Oregon, no Estádio Hayward Field, em Eugene, nos Estados Unidos. Os norte-americanos Rai Benjamin (46.89) e Travor Bassit (47.39) completaram o pódio.
Alison (EC Pinheiros) guardou todas as suas energias para Eugene e não competiu na temporada indoor, em pista coberta, nos primeiros meses deste ano. O barreirista iniciou a preparação em outubro de 2021, em São Paulo, e prosseguiu depois em Chula Vista, no Centro Olímpico de Treinamento dos Estados Unidos, na região de San Diego, a partir de março. Também ficou alguns dias, entre as etapas de Oslo e Estocolmo da Liga Diamante em junho, num centro de treinamento na Turquia, numa preparação muito bem elaborada pelo treinador Felipe de Siqueira da Silva, que o acompanha no dia a dia nesta temporada no exterior desde março. Todo processo teve o apoio da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Piu, como é conhecido no atletismo, terminou invicto nos 400 m com barreiras antes da final do Mundial, mas mantém o foco para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Antes, ele tentará o bicampeonato dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.
O atleta, de 2,00 m e 76 kg, sempre gostou de sonhar alto. O bronze dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, foi o início, reafirmado agora. “Temos de pensar grande e trabalhar muito para alcançar esses sonhos”, afirmou, recentemente. “Em 2019, por exemplo, meu objetivo era ganhar o ouro no Pan-Americano Sub-20 em San José, acabei ganhando e depois venci os Jogos Pan-Americanos de Lima, o Sul-Americano também de Lima, a Universíade de Nápoli e fui finalista no Mundial de Doha”, comentou – tudo isso aos 19 anos.
Medalha de ouro no revezamento 4×400 m misto no Mundial Sub-18 de Nairóbi-2017, no Quênia, e bronze nos 400 m com barreiras no Mundial Sub-20 de Tampere-2018, na Finlândia, Alison, nascido em 3 de junho de 2000, em São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, começou no atletismo ao ser convidado para fazer um teste na escola e, aprovado, foi chamado para treinar. Disse que demorou quatro meses para ir, incentivado por um amigo que treinava. Foi descoberto pela técnica Ana Cláudia Fidélis, do Instituto Edson Luciano Ribeiro, em São Joaquim da Barra.
Em 2019, aos 19 anos, quebrou sete vezes o recorde sul-americano sub-20, tendo conquistado títulos no adulto como o dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, com 48.45, e da Universíade de Nápoli, Itália, com 48.57, e chegando até ao sétimo lugar no Mundial de Doha, Catar, com 48.28.
Depois da pandemia de 2020, quando não competiu, em 2021, Alison quebrou seis vezes o recorde sul-americano dos 400 m com barreiras, correu oito vezes a prova abaixo dos 48 segundos e obteve a terceira melhor marca da história no Ranking da World Athletics ao conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, com 46.72.
Também foi medalhista de prata com o 4×400 m misto do Brasil no Mundial de Revezamentos da Silésia, Polônia, e segundo na final da Liga Diamante, dia 9 de setembro, em Zurique (SUI), superado apenas pelo norueguês Karsten Warholm, recordista mundial, bicampeão mundial e campeão olímpico.
Seu desempenho foi reconhecido pelo Prêmio Brasil Olímpico, do Comitê Olímpico do Brasil (COB) – Melhor do Atletismo em 2021. E especialmente pelo 1º Prêmio Loterias Caixa Melhores do Ano do Atletismo – Melhor Atleta de 2021 (ao lado de Érica Sena), em cerimônia realizada em São Paulo com a presença de integrantes da comunidade do atletismo. “Receber um prêmio por fazer bem o que você gosta é maravilhoso e mágico”, disse.
Vítima de um acidente doméstico, quando tinha menos 1 ano, e puxou uma panela de óleo fervendo e sofreu queimaduras na cabeça, no braço e nas costas, ficando internado um bom tempo, Alison tem convivido com as sequelas da melhor forma possível. Não usa mais os bonés para superar a falta de cabelos. Enfrenta as dificuldades da melhor forma, assim como a sua evolução no esporte em crescimento contínuo.
Fonte: CBAt
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