De repente, o debate em torno do “voto útil” ganhou as rodas de conversa e as redes sociais. Seria o voto não para eleger o candidato que se deseja que vença a disputa pelo Senado, mas o voto supostamente capaz de “deseleger” um concorrente que não se quer ver eleito. Para o candidato a senador Rafael Motta (PSB), o discurso do “voto útil” surge para esconder o acordão feito em torno de Carlos Eduardo Alves (PDT) e para inutilizar a escolha consciente do eleitor, “beneficiando quem não tem nada a oferecer além de um discurso raso e oportunista. Não se combate o bolsonarismo com quem ajudou a eleger Bolsonaro.”
“A eleição de Bolsonaro não é, obviamente, o cenário que nós queremos. Muito pelo contrário, estamos com o presidente Lula e trabalhamos para que a eleição seja decidida logo no primeiro turno. Mas já pensou, nesse pior cenário possível? Bolsonaro vencendo, quantos dias seriam necessários para Carlos Eduardo estar na sua base de apoio? Só é possível derrotar o bolsonarismo com quem nunca se rendeu a ele. E isso, minha história de coerência está aí para mostrar”, afirmou o candidato do PSB.
Rafael afirmou haver pesquisa de toda ordem, mas o que se pode extrair em comum de todas é o teto do bolsonarismo no Rio Grande do Norte. “Quando o próprio sistema bolsonarista divulga que Bolsonaro só tem 27% do eleitorado do Estado, então podemos considerar que, na melhor das hipóteses, Bolsonaro só pode ter 27% dos votos dos potiguares. Isso significa que Rogério Marinho, em sua melhor performance, com muito otimismo, só consegue bater a marca dos 27%, porque não há o casamento do voto de Lula com o de Rogério”, ponderou.
Nesse sentido, na avaliação de Rafael, 73% do eleitorado do Estado não vai acompanhar Rogério. “Temos muita margem de crescimento no campo progressista. Não existe essa história de ‘ter que votar’. Isso é um argumento falacioso, para que você não reflita a respeito e acabe abraçando o pior candidato. Rogério e Bolsonaro têm como teto 27% e há 73% em busca de uma candidatura diferente da que eles representam. E essa candidatura não precisa ser de um candidato com postura duvidosa, marcada por conveniências, como a de Carlos Eduardo, que há quatro anos fazia duras críticas à governadora Fátima e ao PT, e até poucos meses atrás acusava a governadora de roubo, enquanto nosso mandato estava destinando emendas para ajudar o Estado e os municípios no enfrentamento à pandemia”, disse Rafael.
Na avaliação de Rafael, somente sua candidatura está verdadeiramente comprometida com as pautas progressistas e com o combate ao bolsonarismo. Em 2018, o candidato a senador Carlos Eduardo Alves votou em Bolsonaro, tendo mudado o seu discurso para se aproximar da governadora Fátima Bezerra e fazer valer o seu interesse político.
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