A Secretaria Municipal de Educação de Natal realizou na noite da segunda-feira (12) a II Videoconferência com o tema: “A Política Pública sobre Drogas em Natal: Um diálogo entre a prevenção e o cuidado na escola”, com as palestrantes convidadas Sandra França, pedagoga da SME, neuropsicóloga e psicanalista e a doutora Dulciana Costa, psiquiatra da Secretaria Municipal de Saúde. Acompanharam o evento online 70 participantes entre diretores pedagógicos e administrativos, assessores pedagógicos e professores.
A secretária adjunta de Gestão Pedagógica, Naire Jane Capistrano fez a abertura do evento desejando que os participantes adquiram mais conhecimentos na forma como agir nas escolas e fortalecer um diálogo para aplicar o Plano Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas. “A conversa de hoje vai ser muito proveitosa. Podemos saber as possibilidades de tratar o assunto das drogas na escola e procurar como agir de forma humanizada, com dignidade, com respeito a quem é afetado por esse problema. Um diálogo para fortalecer essas ações postas no Plano Municipal de Educação”, afirmou.
A pedagoga Sandra França detalhou sobre a política pública contra as drogas no município e entre os temas discutidos, se destacou o papel que as escolas devem exercer realizando palestras para preparar os alunos em discussões de grupos sobre a prevenção ao abuso de substâncias psicoativas. Segundo a palestrante, o educador também pode contribuir para prevenir o uso de drogas entre adolescentes, incentivando a reflexão e a adoção de medidas na própria escola, atuando diretamente com os estudantes em sala de aula.
“A escola pode utilizar algumas formas de prevenção, uma delas é incentivando a reflexão, adotando medidas que possam levá-los a uma prática diferente, a um resultado que até então não apareceu com os alunos, mas isso em sala de aula. Todos os professores podem contribuir com essa questão. É uma ação intrinsecamente ligada a todas as disciplinas”, ponderou Sandra França.
A doutora Dulciana Costa, iniciou a palestra elucidando que há um pensamento comum onde tratar dependência química, basta prescrever um medicamento que a pessoa vai parar de usar droga. E a realidade não é assim. Uma grande parte dos doentes podem ter até cinco transtornos psiquiátricos e é o que se chama na psiquiatria de comorbidades. “São vários transtornos juntos, por exemplo, a dependência química por trás de uma bipolaridade, de um transtorno de ansiedade generalizada ou transtorno do pânico, são vários transtornos psiquiátricos juntos que vão demandar vários tipos de carências de medicamentos”, apontou.
A doutora Dulciana Costa ainda explicou que a psicofobia é o preconceito com doente psiquiátrico, quando chamam alguém de maluco ou se critica de forma pejorativa. “Não existe medicamento forte ou fraco. Existe medicamento necessário, nunca vi os remédios da psiquiatria matarem ninguém. Pelo contrário. Só vejo salvarem vidas”, esclareceu.
Outro fato que Dulciana Costa reforçou foi a necessidade de afastar o aluno dependente de drogas do ambiente escolar para ter um tratamento digno. “A escola vai precisar me entender. A rede toda vai precisar entender porque os especialistas vão sugerir que o aluno com dependência química não esteja na aula. Sei que isso vai de encontro ao Conselho Tutelar e toda a legislação, mas muitas vezes não se pode deixar a criança doente na escola”, aconselhou.
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