Um Geoparque Mundial da Unesco (GMU) é uma área onde paisagens de importância geológica internacional são geridas de forma a priorizar a proteção, educação e desenvolvimento sustentável. Esses locais podem ter seu patrimônio geológico aproveitado, em conjunto com todos os outros aspectos do patrimônio natural e cultural da área, para aumentar a compreensão social quanto à utilização consciente de recursos do planeta e mudanças climáticas.
Desde fevereiro de 2022, o Geoparque Seridó mantém um convênio internacional de cooperação científica com o Geoparque Oeste (Ageo-Portugal), aspirante a geoparque mundial da Unesco. O objetivo é a cooperação científica entre ambos com vistas ao desenvolvimento de projetos e atividades voltadas para a capacitação de recursos humanos, difusão de tecnologia, editoração e publicação, planejamento e desenvolvimento institucional que abranjam áreas de pesquisa, ensino e extensão.
Para celebrar os 12 meses de convênio entre os geoparques, haverá uma programação de 5 a 7 de março. Serão três dias de trocas de experiência entre os gestores dos territórios. Na ocasião, representando o Seridó GMU, estará seu coordenador de marketing, Silas Costa. No dia 5 de março, os representantes dos dois territórios se unem a outros representantes de territórios da GMU em Portugal na BTL Travel Market em Lisboa.
No dia seguinte, já nas dependências do território do Oeste Aspirante GMU, farão uma reunião colaborativa para trocar experiências sobre as ações de sustentabilidade em ambos os territórios. Por fim, no dia 7, os participantes realizarão uma visita técnica pelos Geossítios para conhecer a atuação em sustentabilidade e geoconservação do Aspirante Geoparque Oeste.
“Esse evento conjunto reafirma a parceria, que completou um ano de oficialização em 22 de fevereiro de 2023. Outras ações, como reuniões, intercâmbio de materiais e a visita da representante Nayara Sanata, da Empresa de Promoção Turística do Rio Grande do Norte, já haviam acontecido”, enfatiza o coordenador do projeto GMU Seridó, professor Marcos Nascimento, do Departamento de Geologia da UFRN.
A Associação Geoparque Oeste também reforça a importância da parceria. “Espera-se que os projetos de pesquisa incentivem a implementação de projetos inovadores de pesquisa científica ou tecnológica cujos resultados apresentem potencial de aplicação no mercado interno e mundial”, anuncia a Associação. Para a entidade, esse trabalho serve para elaborar treinamentos mútuos, como cursos e formações, o que poderia viabilizar o intercâmbio de profissionais, pesquisadores e estudantes em atividades presenciais ou online, além de promover atividades que beneficiem as comunidades locais.
Geoparques Mundiais
O território do Geoparque Seridó é formado pelos municípios de Cerro Corá, Lagoa Nova, Currais Novos, Acari, Carnaúba dos Dantas e Parelhas. Para ter a candidatura aceita pela Unesco, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores desenvolveu um trabalho em parceria com comunidades, gestores municipais e do estado, alunos e servidores da Universidade, integrando ações de conservação do patrimônio geológico, promoção do desenvolvimento territorial sustentável, apoio de iniciativas de artesãos e pessoas ligadas à gastronomia local.
Em Portugal já existem cinco Geoparques Mundiais da Unesco: Naturtejo, Arouca, Açores, Terras de Cavaleiros e Estrela. O primeiro Geoparque português a integrar a Rede de Geoparques Mundiais da Unesco foi o Naturtejo, em 2006, seguido de Arouca, em 2009, Açores, em 2013, Terras de Cavaleiros, em 2014, e Estrela, em 2020. Desde 2020, a equipe técnica e científica do Aspirante a Geoparque Oeste desenvolve trabalhos de diagnóstico e pesquisa relacionados com os geossítios, catálogos de programas educativos e turísticos, assim como a criação de redes de trabalho e parceria.
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