Marca Maxmeio

Postado às 07h10 CulturaDestaque Nenhum comentário

Escritos da Alma
– Psiu, piu piu, ouçam os passarinhos –

Meus poucos leitores realmente ávidos por textos que regularmente produzia, cobram nos bares, supermercados e praias, a minha visão acerca dos babados da vida.

Confesso que estes tempos de intolerância, aumento do babaquismo e a entronização da hipocrisia, desestimulam a explicitação pensamental, por risco grande de incompreensão e alta probabilidade de quebra de amizade e até ameaça de agressão física, como já me ocorreu.
Tenho preferido me comunicar pela fotografia, revelando a beleza do planeta e de forma leve e artística as mazelas, para evitar ser chamado de comunista e ouvir sugestão de ir morar em Cuba ou na Venezuela, mantra dos idiotas que sem noção de nada, vivem num mundo de ilusões produzidas em fábricas de ódio e em maternidade de fake news.

Já dentro do portal dos sessentanos, experimentando certa solidão num aspecto da existência e cercado de seres em outros sentidos, olho para um lado e para outro e, infelizmente, vejo partir, apartar e se afastar, os seres pensantes, os tolerantes, os verdadeiramente humanistas, com sede de cultura, apetite de conhecimento e retina privilegiada de cosmovisão.

É tempo de realmente virar monge, subir ao Himalaia da paz e fechar os olhos para contemplação interior.

Não creio ter mais nada a dizer, reflexão nenhuma a fazer publicamente, quero contribuir agora com imagens, deixar um banco de fotografias com nossa natureza, seres em suas labutas, produzir a narrativa cotidiana planetária neste tempo em que existo.

As palavras estão ocas, sem eco, cada qual já tem suas verdades, vertentes, as inferências possíveis são afins ao que cada um já tem dentro de sí.

Vejo um circo de horrores lotado de assistentes e não creio ter nada a acrescentar a este roteiro.
As almas boas e de visão divina, não precisam mais de filosofias, estão vivenciando a existência no mar, no amor, contribuem silenciosamente.

Psiu, piu piu, ouçam os passarinhos.
Luzzzz.

Flávio Rezende aos quinze dias, décimo mês, ano dois mil e vinte e três. 13h46. Praia de Ponta Negra. Natal. Brasil

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