Escritos da Alma
– a fluidez do pensar –
No patamar das décadas já vivenciadas em atos, ações e atividades tão múltiplas, que verdadeiramente tenho até dificuldade de rememorar em sua plenitude, busco inspiração e exemplo, para me portar e comportar nas que se apresentam ao tempo que agora vivencio novos eventos, alguns leves, outros de fácil refletir e agir e, claro, alguns que pensamos estar ok num primeiro momento, mas que logo, um pequeno movimento muda a placa tectônica aparentemente sólida, levando nossa mente para tsunamis pensamentais, reflexões temporais e quebra de chão, deixando apenas patente, que nada, absolutamente nada é verdadeiramente sólido e que qualquer construção pode a qualquer momento se desfazer no ar.
O importante é a percepção que da mesma forma que o então sólido se desfez, assim o fez, do nada, do mesmo nada surgem novos amálgamas, ligas, cimentos, possibilitando construções neófitas, relações frescas e, assim, sem desespero, a lágrima da saudade, a lembrança da passagem querida pretérita, a sensação do núcleo forte, familiar, arquétipos, idealizações, fortalezas, tranquilidades, ficam armazenadas no HD especial dos momentos mágicos e divinos, com a vida pedindo vênia para seguir, posto que uma vez o cristal quebrado, as colas disponíveis não são fortes o suficiente para a manutenção do rearranjo.
No mundo das fadas, dos duendes, de Oz, a poção que se apresenta não é algo para temperar o que já foi, o açafrão e a cúrcuma estão a serviço do porvir.
Tô nessa, revivendo aromas e reminiscências, mas com apetite ávido pelos cardápios que a vida vai ofertando.
Tem um pensamento circulando no mundo virtual que considero muito forte: “se a pessoa faz tudo para te perder, deixe ela ganhar esse jogo. Às vezes é preciso ir embora, mesmo querendo ficar. A gente não desiste do que ama, a gente desiste do que dói”.
Luzzzz
Flávio Rezende aos vinte e oito dias, décimo mês, ano dois mil e dois. 16h40. Portalegre/RN
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