O Rio Grande do Norte melhorou em inovação e ocupa o 11º lugar no Índice de Inovação dos Estados em 2023. Entre os estados do Nordeste, se coloca na 2ª posição, atrás apenas do Ceará. O ranking, fruto de pesquisas desenvolvidas pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), tem o objetivo de mapear os principais pontos relacionados à temática e foi apresentada na última reunião deste ano da Comissão Temática de Ciências, Tecnologia e Inovação (COINCITEC), no Hotel Escola Barreira Roxa, nesta quarta-feira (6).
Em uma análise geral, o RN tem apresentado resultados melhores ao longo do tempo frente à sua baixa capacidade de investimento. Isso quer dizer que, mesmo com cenário limitado com relação às iniciativas de CT&I (Ciência, Tecnologia e Inovação), tem alcançado certo progresso. No Índice de Capacidade, por exemplo, o estado potiguar ocupa a 15ª posição e em Índice de Resultados, a 10ª colocação.
Confira aqui a pesquisa completa
O presidente da comissão, Djalma Barbosa Júnior, comenta que esses dados são importantes para estabelecer o padrão de crescimento do estado, bem como para análise sobre o caminho que as instituições estão seguindo. Este é justamente o intuito da pesquisa: nortear políticas públicas voltadas para CT&I.
“Essas métricas nos dão um norte se as ações estratégicas que estamos tomando são condizentes com o resultado, ou seja, será que as ações estão indo no caminho certo? O que a gente percebe é que mais uma vez a nossa entrega é muito maior do que o estado. Ou seja, a gente consegue criar todo um ecossistema fortalecido com uma estrutura que deveria ser melhor”, disse o presidente da COINCITEC.
A avaliação de Djalma aponta ainda para a necessidade de união entre todos os atores que compõem o ecossistema de inovação no RN. Tanto o poder público, quanto empresas, entidades representativas e instituições de pesquisa devem agir em conjunto para que o futuro seja cada vez mais promissor. “Nós temos que ter todos os atores envolvidos e todos motivados para que os resultados cheguem”, completou.
O mesmo pensamento é reverberado pelo gestor do Projeto de Startups do Sebrae-RN, Carlos von Sohsten.“A gente está no caminho certo. A gente precisa fortalecer a COINCITEC, as instituições que fazem parte dela. É gerar esse efeito cascata. Todos com mais integração fortalecem o ecossistema como um todo e temos que avançar na integração com o poder público para podermos girar todos os mecanismos necessários para avançar em inovação”, diz.
Foram usados 12 indicadores e 26 subindicadores para definir a posição dos estados no ranking. As análises foram feitas em categorias como:
Investimento e Financiamento Público em C&T;
Capital Humano – Graduação;
Capital Humano – Pós-graduação;
Inserção de mestres e doutores no mercado;
Instituições;
Infraestrutura;
Competitividade Global;
Intensidade Tecnológica e Criativa;
Propriedade Intelectual;
Produção Científica;
Empreendedorismo;
Sustentabilidade Ambiental.
O painel foi apresentado pela especialista em Inteligência Competitiva da FIEC, Eduarda Fernandes. Em sua perspectiva, os dados mostram que o RN deve aumentar sua capacidade de investimento em projetos e iniciativas para obter resultados ainda melhores.
O economista da FIEC, Davi Guimarães, por sua vez, comentou que a inovação ocorre apenas com a participação de instituições em diversas esferas. “A inovação é um acordo de cooperação e de retirada de gargalos mútuos, de desenvolvimento tecnológico”, disse.
Nos índices gerais, as primeiras colocações ficam com estados do Sul e Sudeste. São Paulo ocupa o 1º lugar, seguido do Rio de Janeiro, em 2º e Rio Grande do Sul em 3º. Essas posições mostram a dominância desses estados, bem como a discrepância com unidades das regiões Norte e Nordeste. “A gente constata que na inovação existe também essa discrepância. Por isso que a gente tem esse olhar analítico para as regiões, para que a gente consiga ver quais são os pólos que se destacam no Norte e Nordeste”, detalhou Eduarda Fernandes.
O momento da apresentação dos dados foi oportuno, segundo o vice-presidente da Fiern, Marcelo Rosado, por ser a última reunião do ano, onde se pode pensar em um início estratégico nas próximas ações. “Esse momento dessa reunião na qual nós estamos terminando este ciclo de 2023 é muito positivo. É fácil a gente identificar a motivação do grupo que faz parte do COINCITEC, também é fácil identificar os avanços que nós tivemos ao longo desses anos, o esforço de Djalma à frente desse conselho e os avanços que estamos vivendo”, afirmou.
Comissão apresenta calendário de 2024
A última reunião do ano da COINCITEC foi marcada pela presença de diversos elos que compõem as áreas de tecnologia, inovação e educação dentro da indústria potiguar. O Sistema Fecomércio foi representado pelo diretor regional do Senac, Raniery Pimenta e Leandro Trigueira, diretor de Educação Profissional, e Luana Batista, que fez uma apresentação das entidades que o compõem.
Representantes do Governo do Estado, Prefeitura do Natal, Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação (FAPERN), Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Instituto Metrópole Digital (IMD), Liga Contra o Câncer, demais sindicatos representantes, como SINDUSCON e SINDIPESCA, Parque Industrial (PAX) e outros agentes também se fizeram presentes.
Foram mostradas ainda ações desenvolvidas pela comissão em parceira com o IMD através do professor de Empreendedorismo e Inovação, Wesley Canedo, que detalhou a participação no Congresso Brasileiro de Inovação e Gestão de Desenvolvimento do Produto (CBGDP).
Antes da apresentação, foi apresentado ainda o calendário de reuniões para o próximo ano, que estabelece que as reuniões ordinárias ocorrerão trimestralmente. Os encontros dos líderes de grupos e trabalho devem ocorrer mensalmente.
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