“Na peleja ao fragor da metralha, na vanguarda que é honra e dever; Fuzileiros, no ardor da batalha, saberemos lutar e vencer”. Este trecho da canção “Na Vanguarda” sintetiza a essência dos combatentes anfíbios. Estar à frente de uma força de combate que se projeta do mar para terra é a razão de ser do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), tropa de elite da Marinha do Brasil.
Embora cerca de 70% do globo terrestre seja coberto por água, é em terra que, praticamente, toda a atividade humana se desenvolve. Mas os mares e oceanos banham cerca de três quartos dos países do mundo. Este é o caso do Brasil, que conta com uma costa de mais de 7 mil km, ilhas oceânicas, como Trindade e Fernando de Noronha, além de ter muitas de suas fronteiras com países vizinhos delimitadas por importantes rios.
Essas características geográficas impõem às Marinhas, em especial à Marinha do Brasil (MB), a necessidade de projetar poder sobre terra, a partir de posições no mar ou em águas interiores. A Estratégia Nacional de Defesa (END), documento estatal de alto nível que condiciona o planejamento e o preparo das Forças Armadas brasileiras, prevê a existência de “meios de Fuzileiros Navais” para assegurar a capacidade de projeção de poder da MB.
O mais complexo, intenso e arriscado tipo de operação para projeção de poder sobre terra é a chamada operação anfíbia, que inclui o assalto anfíbio para a conquista de uma área litorânea em território hostil, com a introdução de uma força de desembarque a partir do mar, o que exige a coordenação e sincronização de várias ações e meios variados como navios, aeronaves, viaturas e tropas.
Por meio do Corpo de Fuzileiros Navais, parcela essencial do Conjugado Anfíbio que inclui, ainda, navios de desembarque, como o Navio-Doca Multipropósito (NDM) “Bahia” e o Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico”, a MB é uma das poucas marinhas do mundo capazes de conduzir operações anfíbias de grande complexidade.
“O pronto emprego, a capacidade expedicionária e o caráter anfíbio diferenciam os Fuzileiros Navais de outras tropas regulares, a começar no nível individual. Não temos recrutas no CFN. Todos os seus integrantes são voluntários, selecionados mediante concurso público, passam por exigentes processos de formação e são submetidos à capacitação e avaliação constantes. Isso nos garante uma tropa com alto grau de profissionalismo, formada por combatentes motivados, autoconfiantes e resilientes”, destaca o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante de Esquadra Carlos Chagas Vianna Braga.
No nível coletivo, a expertise anfíbia se traduz em outras duas características que destacam o caráter estratégico do Corpo de Fuzileiros Navais: as capacidades expedicionária e de pronto emprego.
Capacidade Expedicionária
Por terem, quase sempre, o mar à sua retaguarda, as tropas de Fuzileiros Navais devem estar preparadas e equipadas para atuarem com autossuficiência, a fim de cumprir missões por tempo limitado, sob condições severas e em áreas operacionais distantes de suas bases.
Anualmente, o Corpo de Fuzileiros Navais aprimora seu aprestamento e demonstra sua capacidade expedicionária nos exercícios da chamada Operação Formosa, que simula a parte terrestre de uma operação anfíbia de grande envergadura. Por envolver o uso de artilharia com munição de longo alcance, esse exercício é realizado no Campo de Instrução de Formosa, que pertence ao Exército Brasileiro e está localizado no município de Formosa (GO), a mais de mil quilômetros das bases das principais unidades operativas do CFN, sediadas no Rio de Janeiro.
Pronto emprego
A Estratégia Nacional de Defesa preconiza a “permanente condição de pronto emprego” para o Corpo de Fuzileiros Navais. De fato, a prontidão é requisito básico de uma tropa concebida para estar “na vanguarda”, fazendo o primeiro combate ao inimigo, enquanto as tropas regulares finalizam, na retaguarda, os preparativos para dar continuidade às operações.
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Fonte: Agência Marinha de Notícias
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