Consciente da importância da computação e da programação para todas as faixas etárias, o Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) está à frente de uma iniciativa pioneira: oferecer um curso de programação destinado a idosos. A ação parte do Projeto de Extensão Inclusão Digital para Idosos (ProEIDI), que promove inclusão digital e o desenvolvimento cognitivo de pessoas com mais de 60 anos.
O curso de Pensamento Computacional, que integra o ProEIDI, teve origem no trabalho de mestrado de Daniel Lucena, do Programa de Pós-Graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais (PPGITE).
Lucena avaliou a eficácia de atividades de pensamento computacional como treinamento para o desenvolvimento cognitivo em idosos. Os resultados positivos levaram à implementação do curso, que hoje desafia os idosos a pensar de maneira analítica e lógica.
Pensamento computacional
Durante as aulas, os participantes aprendem os pilares do pensamento computacional: abstração (simplificação de questões complexas), decomposição (divisão de tarefas em partes menores e mais gerenciáveis), reconhecimento de padrões (identificação de semelhanças entre diferentes situações) e algoritmos (criação de passos sequenciais para encontrar soluções).
Em seguida, realizam atividades práticas utilizando ferramentas como a Computer.IT e aprendem a programar no ambiente Egua, uma linguagem de programação em português voltada para o aprendizado.
Acessível e intuitiva, a ferramenta ajuda na exploração de conceitos de programação em um ambiente amigável para iniciantes, o que incentiva o aprendizado e desenvolvimento de novas habilidades de forma divertida e descomplicada.
Qualquer campo
O curso desenvolve a capacidade dos alunos de pensar de forma estruturada e orientada por processos, habilidades que são aplicáveis em qualquer campo do dia a dia. Para isso, são trabalhadas atividades como quebra-cabeças, jogos de lógica e programação, que trabalham a neuroplasticidade e ajudam a prevenção do declínio cognitivo.
“Um dos nossos alunos relatou uma significativa evolução em suas habilidades cognitivas, percebida por seu médico. Esse aluno, que sofreu um AVC há quatro anos e enfrentava sequelas na audição e na fala, apresentou uma melhora notável durante o curso, o que se refletiu em um progresso maior nas sessões de fisioterapia”, comenta Isabel Dillmann Nunes, professora do IMD responsável pelo projeto.
ProEIDI
Com periodicidade semestra, o ProEIDI, além de trabalhar Pensamento Computacional, também inclui aulas de uso de smartphones, bem como disciplinas que ensinam navegação na internet, uso de computadores, entre outros assuntos.
A turma mais recente do projeto concluiu suas atividades neste mês, em evento com temática junina, e celebrou a formação de mais de 110 participantes, distribuídos em oito turmas diferentes.
O próximo processo seletivo para ingresso no ProEIDI está previsto para o segundo semestre deste ano. Mais informações estão disponíveis no site e no perfil do projeto no Instagram.
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