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Postado às 11h12 CulturaDestaquePlantão Nenhum comentário

Espetáculo “Nísia Floresta Brasileiras Augustas”, dias 13 e 14 em Parnamirim.

Este é mais um espetáculo assinado por mim e que tenho a honra de dirigir em Parnamirim, cidade integrante da Região Metropolitana de Natal. Intitulado Nísia Floresta Brasileiras Augustas, a montagem celebra a vida e obra da intelectual Nísia Floresta, bem como exalta outras brasileiras de notável relevância no contexto nacional e regional, justificando o uso do plural no título. É um trabalho simples, mas feito com muitos esforços.

Os protagonistas dessa realização artística são alunos das Oficinas de Dança (Balé Clássico, Dança Contemporânea, Jazz, Dança Popular, Hip Hop, K-pop e Capoeira) e das Oficinas de Música (Canto e Coral) na faixa etária que vai de seis a oitenta anos, promovidas no Teatro Municipal, aos cuidados da SEMUC. Coincidentemente, 99% dos atores são pessoas do sexo feminino. O espetáculo marca a culminância do trabalho realizado ao longo do ano letivo nessas oficinas.

O objetivo central da obra é duplo: homenagear mulheres pioneiras e seus legados inestimáveis e suscitar reflexões sobre a importância do respeito às mulheres, a partir das relações no ambiente familiar — irmãs, mães, tias, avós, primas, namoradas e esposas. O texto cênico também aborda a problemática da violência de gênero, um tema urgente, considerando os alarmantes índices de feminicídio no Rio Grande do Norte.

Como autor de diversos textos teatrais e musicais, entendo que, por meio da arte, é possível não apenas encantar, mas também educar. Acredito na capacidade crítica e transformadora da criação artística para promover valores como civilidade, empatia e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde homens e mulheres convivam em harmonia e respeito mútuo.

A direção artística do espetáculo é de Marx Bruno, renomado bailarino clássico que já se apresentou em diversas regiões do Brasil e também no exterior, trazendo sua experiência e sensibilidade para esta produção.

Minha atuação como artista plástico, nesta obra, também reflete o meu compromisso com a sustentabilidade, inclusive também assino o cenário, feito com materiais recicláveis, incluindo 150 mil garrafas PET e 15 mil CDs e DVDs reaproveitados, reafirmando a possibilidade de transformar aquilo que é visto como descarte em elementos de profunda beleza e significado. Há tantas possibilidades no “lixo” que é praticamente uma afronta ao meio ambiente ignorá-las.

Todos os espetáculos que escrevo estão impregnados de mensagens construtivas, tendo em vista o meu propósito de levar as pessoas ao pensar e ao filosofar, desse modo, já escrevi sobre a História desse município, sobre Câmara Cascudo, sobre Dom Quixote, sobre o Rio Pitimbu e, agora, sobre Nísia Floresta. Curiosamente, o primeiro espetáculo apresentado nesse teatro teve a minha assinatura: “Parnamirim Dança a Sua História”.  A Arte salva, é um instrumento de criticidade, de educação, de transformação social e o despertar da imaginação.

A Relevância de Nísia Floresta

Em abril de 2024, a Universidade de São Paulo (USP), a maior instituição acadêmica da América Latina, escolheu a obra de Nísia Floresta como objeto de estudo obrigatório, o que também coloca esse espetáculo na vanguarda das atualidades, pois escrevi-o em 2022 e, coincidentemente calhou de se concretizar justamente no ano em que a USP joga os seus holofotes sobre a nossa Nísia Floresta.

Reconhecida como a primeira feminista e abolicionista do Brasil, Nísia abordou temas como o indianismo, a reforma da educação feminina, a promoção do aleitamento materno e outros temas. Foi republicana, poetisa, jornalista e uma defensora da imagem do Brasil frente à visão distorcida de alguns viajantes europeus.

Autora de 15 livros, alguns escritos em francês, italiano e inglês, Nísia Floresta deixou um legado que transcende fronteiras, sendo uma referência mundial pela inovação e relevância de suas ideias.

Mulheres Homenageadas

Além de Nísia Floresta, o espetáculo reverencia mulheres que marcaram a história, destacando pioneirismo, coragem e excelência em suas respectivas áreas. A seguir, apresentamos algumas das homenageadas:

Bertha Lutz – Diplomata e líder feminista que inspirou a emancipação política feminina no Brasil.

Alzira Soriano – Primeira prefeita eleita na América Latina (Lajes, 1928).

Celina Guimarães Viana – Primeira eleitora brasileira (Mossoró, 1928).

Maria do Céu Fernandes – Primeira deputada estadual do Brasil (1934).

Clara Camarão – Heroína indígena nas batalhas contra os holandeses no século XVII.

Amélia Duarte Machado – Primeira empresária do Rio Grande do Norte.

Nise da Silveira – Psiquiatra que revolucionou a área por meio da arte.

Raquel de Queiroz – primeira mulher a assumir a Academia Brasileira de Letras.

Zélia Mariz – primeira mulher brasileira a escrever um livro sobre Nísia Floresta.

Entre as mulheres potiguares vivas homenageadas, destacam-se:

Zeneide Bezerra, desembargadora;

Terezinha Martins, artista plástica e autora do Hino de Parnamirim;

Aracy Gomes, mediadora de leitura premiada nacionalmente.

Entre outras mulheres vivas homenageadas, destacam-se:

Constância Lima Duarte, primeira mulher a escrever uma tese de doutorado sobre Nísia Floresta;

Joventina Simões, primeira mulher a assumir a presidência do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte;

Joênia Wapixana, primeira mulher indígena a se formar em Direito no Brasil.

Ellen Grace – primeira mulher a assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal.

Convidamos o público a celebrar conosco essa jornada de arte e reflexão, em um tributo que une história, cultura e conscientização social

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