Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo/eliasjornalista.com
Os impactos sociais, econômicos e no desenvolvimento do Rio Grande do Norte e outros estados onde foi anunciada a venda de ativos da Petrobras foram debatidos na manhã desta segunda-feira (18) em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa. Proposta pelo deputado Fernando Mineiro (PT), teve como tema os desinvestimentos da estatal no RN. O propositor e os participantes lamentaram a ausência de representantes da Petrobras na audiência. O gerente-geral da Petrobras no RN, Tuerte Amaral Rolim, foi convidado e faltou.
“Precisamos levantar dados que nos mostrem o impacto dessas ações de acordo com o PIB do RN. E mais, fazer uma projeção do impacto caso o projeto, com emenda apresentada deputado federal Beto Rosado (DEM), seja aprovado. Precisamos fazer isso para podermos dialogar com a sociedade”, sugeriu o deputado. A proposta de Beto Rosado defende a venda dos campos maduros desativados pela Petrobras para iniciativa privada.
Compondo a mesa, a senadora Fátima Bezerra (PT) cobrou uma postura mais proativa por parte do Governo do Estado e sugeriu a abertura de um debate para criação de proposta eu possa impedir o processo de venda da Petrobras para ser apreciada no Senado. “Esse é um tema extremamente importante e relevante. Talvez um dos mais importantes para o destino do RN atualmente. Passamos por isso em virtude do golpe dramático que o país vive. O desmonte da Petrobras está começando pela região nordeste, mais especificamente pelo nosso estado. E não podemos permitir isso”, disse.
O representante da Federação Única dos Trabalhadores (FUP), Leonardo Urpia, destacou a necessidade do cidadão brasileiro conhecer a importância do petróleo. “É um recurso estratégico. Um percentual de 93% de tudo que se move na terra é a base de petróleo. É o bem energético de maior importância da atualidade e vai permanecer como a maior fonte de energia do mundo por um bom tempo”, disse.
Para o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Ricardo Pinheiro Ribeiro, o RN é um dos estados mais afetados na área de produção. “Essa discussão precisa ser levada para todos os estados do nordeste. A justificativa de vender os ativos da produção para fazer caixa em função da alta dívida não convence. O valor arrecadado não se aproxima em nada da dívida, mas o impacto é muito grande. Principalmente para as populações que orbitam o setor do petróleo. São muitas cidades que tem um nível de emprego muito dependente de recurso”, chamou a atenção.
José Antônio Araújo, presidente do Sindipetro no RN, sugeriu a inserção da Petrobras em um projeto de desenvolvimento nacional que ajude a combater as desigualdades regionais. “E o RN tem função muito importante nesse trabalho. É uma pena que não tenha ninguém do Governo do Estado aqui”, lamentou.
Os vereadores George Câmara (PCdoB), Hugo Manso (PT) e Marcos Antônio (PSOL), juntamente de representantes do setor petroleiro dos estados da Bahia, Espírito Santo, Ceará, Alagoas e Rio Grande do Norte participaram e contribuíram com o debate promovido na Assembleia Legislativa.
A motivação para realização da audiência é a preocupação com o impacto da venda de ativos da Petrobras na economia do Rio Grande do Norte. A companhia confirmou que vai “readequar a frota de sondas” no Estado, segundo informou na imprensa.
Em março, a empresa havia anunciado a venda de 38 campos terrestres em operação, que representam 23% de toda a produção potiguar em terra, equivalente a 15 mil barris/dia. A operação está prevista para ocorrer até o final de setembro deste ano.
Deixe um comentário