Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo/eliasjornalista.com
O projeto que promete mudar a fisionomia de uma área de potencial histórico-cultural pouco explorado será retomado hoje (30). O Complexo Cultural da Rampa tem estimativa de conclusão ainda este ano e tem o propósito de ofertar um novo equipamento de lazer e cultura à população potiguar, além de atração turística, sobretudo o norte-americano, cuja história durante o período da Segunda Guerra Mundial está intimamente relacionada ao local.
A Rampa para hidroaviões no rio Potengi foi ponto obrigatório para aviadores que atravessavam o Atlântico Sul, entre 1920 e 40. A posição estratégica de Natal, no “cotovelo” da América do Sul, também serviu como referência durante a Segunda Guerra Mundial, sendo o ponto para pouso de aterrissagem de aeroplanos e hidroaviões mais movimentado do mundo durante o período, quando abrigou a maior base militar dos EUA fora daquele país.
“Diante dessa importância cultural, histórica e também social, já que vai dar um impulso econômico àquela área, a secretaria estadual de Turismo procurou, sobremaneira, destravar as burocracias que envolviam a retomada do Complexo, que se encontrava parado quando assumimos. Finalmente conseguimos e entregaremos um novo equipamento turístico e de lazer à população e ao turista ainda este ano”, comemorou o secretário Ruy Gaspar.
As obras foram iniciadas em 2013 e se encontravam paradas desde 2014. O motivo foi a alegação da construtora responsável pela execução do projeto de que havia erro de cálculo nas vigas que sustentariam o Memorial do Aviador. Então houve um período para reelaboração da estrutura e toda a burocracia para reavaliação do projeto e liberação dos recursos junto à Secretaria Estadual de Infraestrutura e Caixa Econômica Federal.
As obras serão retomadas com 30% do projeto concluído. São, ao todo, 28 projetos independentes, desde paisagismo, concepção visual e acústica, até questões de patrimônio histórico, museologia e restauração. A área construída corresponde a 13 mil m², com destaque para o Memorial do Aviador, dotado de recepção, bilheteria, auditório para 126 pessoas, espaço em homenagem aos aviadores e promoção de eventos culturais, área de administração e instalações sanitárias.
No espaço total do complexo constará ainda área de exposição temporária e de exposição permanente (acervo ligado à história da aviação e da 2ª Guerra Mundial), bar temático (American Bar), loja de souvenir e banheiros; além de um espaço externo com área de contemplação do Rio Potengi e do Pôr do Sol, estacionamento para 85 carros, serviços de táxis e de guias, ônibus de turismo, píer a beira-rio para contemplação e outros equipamentos.
As obras estão sendo executadas pela Construtora Ramalho Moreira, o projeto executivo é da empresa pernambucana Cunha Lanfermann Engenharia e Urbanismo e o projeto arquitetônico assinado pelo arquiteto potiguar Carlos Ribeiro Dantas. O projeto está orçado, hoje, em R$ 8,7 milhões. Além dos novos equipamentos, o projeto também irá conservar as evidências históricas da edificação com recuperação das estruturaras degradadas e reconstrução das que estão em colapso, contribuindo para a preservação da memória da cidade.
SAIBA MAIS
Entre as décadas de 1920 e 1940, período de expansão da aviação civil, Natal era ponto obrigatório para aviadores que atravessavam o Atlântico sul. Por ser o ponto das Américas mais próximo à África, a capital sediou filiais das principais companhias áreas do mundo, tendo às margens do rio Potengi rampas (daí o nome do museu) de hidroaviões de empresas da Alemanha, França, Itália e Estados Unidos. Há uma foto célebre do então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, com o presidente norte-americano, Franklin Roosevelt, em passagem pela Rampa durante o conflito.
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