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Especial do Rio de janeiro
Um dia após a enxurrada que atingiu na madrugada de ontem (3), o distrito de Xerém, Duque de Caxias, moradores das áreas afetadas além de contabilizar os prejuízos, se uniram através da solidariedade e iniciaram uma faxina geral no local. “Estamos nos unindo para varrer de vez da nossa memória uma noite obscura que jamais gostaríamos de ter vivido. O nosso objetivo agora e resgatar a autoestima de um dos lugares mais tranquilos para se viver do Rio de Janeiro”, disse Maria Fernandes, moradora da área destruída.
Diante de um cenário desolador prevalece o pensamento positivo de um povo guerreiro, que tem na fé o seu grande aliado e que lutam por dias melhores sem esperar pelo poder público. “Em 35 anos que moro em Xerém nunca presenciei uma tragédia dessas, é uma sensação de perca lastimável, ver tudo que você construiu em tantos anos se acabar de uma hora para outra. Graças a Deus estamos vivos e vamos nos reerguer novamente”, disse Nilva Catarino uma das vítimas que perdeu tudo com a destruição.
No meio dos destroços histórias de solidariedade. As igrejas de Xerém se uniram para ajudar os desabrigados. Através de recolhimento de comida, água, roupas colchões e donativos que possam ajudar à população. Quatrocentas refeições estão sendo fornecida a população pela igreja Batista de Xerém, que segundo o pastor Ângelo, foi um dos primeiros locais procurado por Zeca Pagodinho e Geraldo, um comerciante local para oferecer ajuda. A partir de uma reportagem de TV, o local virou uma referência para concentrar as doações e ainda abriga 26 famílias.
O proprietário de uma agência de automóveis que a princípio não quis se identificar, se deslocou do bairro da Tijuca no Rio de Janeiro até Xerém para fazer uma doação de 50 cestas básicas. “Estas cestas básicas foram doadas por vários amigos que sentiram no coração, assim como eu, a necessidade de ajudar as pessoas que precisam”, disse Ricardo.
Segundo a opinião do especialista em geotécnica da Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Alberto Sayão, a situação de Xerém foi uma tragédia anunciada e prevista, onde alguém tem que ser responsabilizado. O professor citou a falta de fiscalização pelo Executivo, a lentidão do Judiciário em julgar crimes ambientais e o populismo de integrantes do Legislativo, que buscam se promover em troca da facilitação da ocupação de áreas irregulares.
“A estrutura geológica da serra, em Xerém, é a mesma encontrada em outras formações geológicas no estado do Rio, com maciços rochosos cobertos por camadas finas de solo e vegetação, o que favorece deslizamentos” ressaltou Sayão.
De acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil Estadual, o número de desalojados e desabrigados no Estado do Rio de Janeiro em consequência das chuvas totalizam 3.760.
No distrito de Xerém, cerca de mil pessoas estão desalojadas e uma morte foi confirmada até o momento.
Devemos todos nos mobilizar para ajudar, estender a mão, orar pelas vidas que precisão de ajuda.
A realidade das fotos é triste; a cobertura jornalística, por sua vez, excelente! O pior é que essas enchentes geralmente atingem a população menos favorecida…
Que bom que voce foi mais um solidário nessa hora de perda. Sua presença lá demonstra isso. Parabéns.
Parabéns,Elias Medeiros pela cobertura fotográfica. A sensibilidade para no meio do caos encontrar um símbolo poético que autentique o cenário jornalisticamente e geograficamente foi perfeita.
Assunto Trabalho jornalistico.
Mensagem:
Parabéns Amigão. Dia 31/12 você estava divulgando a alegria do povo brasileiro ” a Corrida de São Silvestre”. Dias depois estava em Xerém-Duque de Caxias-RJ mostrando a tristeza da comunidade carioca. Pode-se observar que tanto nas horas de alegria quanto nas de tristeza as coisas acontecem para unir as pessoas, que hoje vivem no mundo individualista. Abração.
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