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GptFNNa celebra 2010 anos do Corpo de Fuzileiros Navais

Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com

O Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal realizou na manhã desta quarta-feira (7), cerimônia militar alusiva ao 210º aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, presidida pelo Capitão-de-Fragata (FN) Luiz Octávio comandante do GptpFNNa.

Os Fuzileiros Navais de todo Brasil comemoram 210 anos de existência, com muito trabalho e persistência para manter uma honrosa tradição iniciada em 07 de março 1808 com a chegada da família Real ao Brasil.

Ordem do Dia do Comandante Geral do CFN  

Assinalar os 210 anos de existência do Corpo de Fuzileiros Navais implica em

refletirmos sobre o caráter perene desta Instituição, uma das mais antigas do país, cuja origem é

oficialmente atribuída à chegada da Família Real ao Rio de Janeiro, em 7 de março de 1808. O

suceder de dias, meses e anos nem sempre nos propicia a clareza necessária à compreensão de

nossa evolução histórica. É na celebração de datas marcantes como esta que nos proporcionamos

a pausa necessária à reflexão acerca de tudo o que foi planejado, trilhado e conquistado nessa

longa e exitosa trajetória.

 

O Corpo de Fuzileiros Navais construiu, nos últimos 210 anos, uma história rica,

na qual atuou em diversas questões importantes para a Marinha do Brasil e para o destino do

país. Sempre que chamados, confirmamos nosso caráter de prontidão, o qual diz respeito não

apenas à capacidade de atender em tempo hábil às solicitações, mas também à plena disposição

que cada Fuzileiro Naval possui, de corpo e alma, para defender os interesses da pátria.

Fazendo jus à confiança que sempre nos foi depositada pela Marinha do Brasil,

pelas demais Forças Armadas e pela sociedade brasileira, cuidamos para que nosso preparo e

adestramento visem ao atendimento dos anseios da nação e, dessa forma, temos conduzido ao

longo desses anos nosso trabalho silencioso. Porque acreditamos que mais importante do que

alardear nossos feitos, é manter uma postura abnegada e confiante, que permita nosso

progressivo aprimoramento. Não deve haver espaço para o protagonismo pautado no interesse

individual nem para a improvisação. O trabalho em equipe, em prol de um objetivo comum, que

se sobreponha a qualquer interesse pessoal, é o que exclui esse tipo de protagonismo. E o

planejamento cuidadoso, detalhado e comprometido com nossas metas é o que afastará a

possibilidade de improviso.

 

Uma instituição com uma história longa e virtuosa como a do CFN deve preservar

sua memória institucional, a fim de manter vivo o trabalho desenvolvido pelas sucessivas

gerações que construíram os alicerces para a presente atuação do Corpo. Aqueles que valorizam

o passado se preparam melhor para o futuro, ao extrair aprendizado de suas experiências e

promover a avaliação das dificuldades e progressos de cada época. Passado e futuro, aliás, muito

bem representados nesta cerimônia, onde vemos, ombreados, a reserva ativa do CFN, que são os

nossos veteranos, e os Aspirantes Fuzileiros Navais da Escola Naval, certeza da perenidade de

nossa Instituição.

 

Nesse contexto, verificamos ser notável a evolução vivida pelo CFN ao longo dos

últimos anos. Foram avanços significativos nas áreas operativa, de pessoal, de material, de

doutrina, de Defesa NBQR e dos desportos.

 

Para se manterem no estado de pronto emprego, nossos combatentes cumprem um

completo e intenso programa de adestramento, o qual é coroado com exercícios de grande vulto.

Entre eles, destaca-se a Operação Dragão, que voltou a ocorrer anualmente. Outra conquista

recente foi a implementação da Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento que, sob as

ordens do Comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra e com o apoio do Comando do

Desenvolvimento Doutrinário do CFN, contribuirá sobremaneira para o aprestamento da “Força

que vem do mar”. Convém ressaltar que, a despeito das restrições orçamentárias dos últimos

anos, o setor operativo vem mantendo seu elevado padrão de atuação, com destaque para o

adequado preparo para as diversas missões nas quais os Fuzileiros Navais foram empregados

recentemente, sobretudo aquelas relacionadas aos grandes eventos realizados no país e às

Operações de Garantia da Lei e da Ordem em vários estados da Federação, bem como na

Intervenção Federal ora em curso no Estado do Rio de Janeiro.

 

Nesse último ano, o Brasil encerrou sua participação na Missão das Nações

Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), a qual foi marcada pelo protagonismo do

país e sua crescente importância no cenário internacional por meio de sua atuação em Missões de

Paz. Por um período de 13 anos, o Corpo de Fuzileiros Navais enviou 703 Oficiais e 5.412

Praças nos 26 contingentes, os quais cumpriram bravamente a missão, tornando-se parte

importante na história daquele país, mas passando também, cada um desses militares, a ter o

Haiti como parte de sua história pessoal. Nesse momento, muitos deles estão se preparando para

uma possível nova Missão de Paz, desta vez na República Centro-Africana.

 

O pessoal continua a ser conduzido como o principal bem do CFN. Com o intuito

de aprimorar a gestão de recursos humanos, inúmeros estudos foram conduzidos visando

adaptações e melhorias na carreira de Oficiais e Praças. Temos visto esforços direcionados para a

busca da excelência no recrutamento, na instrução e no preparo, a fim de garantir um Fuzileiro

Naval profissional, física e mentalmente preparado, e dotado de um sentimento de pertencimento

ao CFN, de tal monta que o faça externar, em qualquer situação, o orgulho de ser um Fuzileiro

Naval.

 

No que concerne ao material, buscamos continuamente o objetivo de equipar

adequadamente nossos Grupamentos Operativos e promover a modernização e o

desenvolvimento tecnológico do CFN, contribuindo ainda para o fomento da indústria nacional

de defesa. Referente às últimas conquistas, cabe registrar a fundamental importância da

aquisição pela MB do navio OCEAN, o qual possibilitará o aumento da capacidade de nossa

Força para realizar Operações Anfíbias. Somado a isso, começamos a receber no último ano os

novos CLAnf de última geração, cuja obtenção, que está prevista para ser concluída até o fim de

2018, contribuirá para elevar a capacidade anfíbia de nossa Marinha.

 

As lições aprendidas com nossas próprias experiências ao longo desses anos

contribuíram certamente para o aperfeiçoamento da Doutrina do CFN, a qual vem

acompanhando as evoluções tecnológicas e bélicas, orientando, de maneira sinérgica, a formação

de nossos recursos humanos, a obtenção e manutenção de material de uso exclusivo e

preponderante de Fuzileiros Navais e o aprestamento e emprego operacionais.

Ressalto também, grandes avanços na área de Defesa Nuclear, Biológica, Química

e Radiológica, não só no tocante ao apoio ao Programa Nuclear da Marinha, mas também como

no preparo dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros quanto à proteção dos mesmos frente a

ameaças NBQR.

 

Dentro do portfólio de atividades conduzidas pelo Corpo de Fuzileiros Navais, há

também aquelas levadas a efeito com vistas a atender demandas sociais e apoiar o

desenvolvimento do esporte nacional. Destacam-se, neste conjunto, as palestras sobre valores

cívicos para alunos de Escolas Públicas, os projetos ligados ao Programa Olímpico da Marinha

(PROLIM) e as ações direcionadas ao esporte como instrumento de inclusão e sociabilização,

como o Projeto Forças no Esporte. Independente das restrições orçamentárias, o Corpo de

Fuzileiros Navais vem envidando esforços e efetivando ações junto a parceiros e instituições

públicas e privadas de modo a possibilitar a continuidade dos processos e atividades nesta área,

cujos resultados foram tão satisfatórios e importantes para toda a sociedade.

A ocasião do aniversário do CFN é também propícia para relembrarmos os

valores essenciais nos quais se balizam as ações de cada Fuzileiro Naval: honra, competência,

determinação e profissionalismo. Acreditamos na importância de reforçar tais preceitos e

trabalhar diariamente os pilares que constituem a nossa identidade enquanto militares e que

orientam a conduta de todos e de cada um de nós no cumprimento de nossa nobre missão. No

ano de 2017, elegemos a Honra como valor a ser enaltecido e relembrado diariamente em nossas

ações.

 

Em 2018, é a vez de trabalharmos o valor Competência, como o atributo a nortear

nossa atividade profissional, rumo à excelência que buscamos em tudo que fazemos. O valor

competência consiste na junção coordenada de conhecimentos, atitudes e habilidades. É ter

qualificação, possuir experiência profissional e, ultrapassando os imprevistos inerentes à

atividade militar, ser capaz de obter os resultados almejados. O esforço institucional do CFN tem

sido direcionado para a busca constante da consecução plena desse atributo. Envolvidos por esse

propósito, os Fuzileiros Navais de todo o Brasil, tanto os da ativa quanto os da reserva ativa,

devem primar pela competência diariamente em seus afazeres, desde as tarefas mais simples às

mais complexas, pois o esforço individual para o acerto nas mínimas ações conduzirá ao

cumprimento exitoso dos objetivos maiores de nossa Instituição.

 

Nesta Fortaleza de São José da Ilha das Cobras, cuja ocupação nos foi designada,

em 1809, logo após o regresso de nossa primeira prova de fogo em Caiena, prestamos merecida

homenagem a todos aqueles que nos antecederam, destacando os primeiros Fuzileiros Navais

que nesta cidade aportaram com a Brigada Real da Marinha em 1808 e inspiraram a valorosa

Instituição que hoje integramos.

 

Por último, não podemos deixar de, nesse momento em que comemoramos os 210

anos do Corpo, relembrar todos os 1.622 Fuzileiros Navais – imortalizados no monumento à

nossa frente -, que entregaram prematuramente suas vidas pela pátria, colocando à frente de seus

interesses pessoais o chamamento maior de uma nação e a defesa de nossa soberania.

Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, comemoremos os 210 anos de nossa

virtuosa existência. Que possamos conservar o espírito de corpo – esse sentimento de pertencer a

algo maior do que a própria individualidade –, que nos é tão característico, e dar continuidade,

com coragem, tenacidade e determinação, ao trabalho conduzido pelos homens e mulheres que

hoje constituem o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil. Estamos e estaremos

sempre prontos para o cumprimento das missões que nos forem confiadas.

 

Que Deus nos permita manter a fé.

Fuzileiros Navais – confie neles!

ADSUMUS!

ALEXANDRE JOSÉ BARRETO DE MATTOS
Almirante de Esquadra (FN)
Comandante-Geral

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