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Débora Seabra, a primeira professora com Síndrome de Down do país.

Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com

Ela chegou a ser agredida durante o magistério, fez greve para ser respeitada e hoje atua em um colégio particular tradicional de Natal

“Ainda falta muita gente acreditar na inclusão”, afirma Débora Araújo Seabra de Moura, 34 anos, a primeira educadora com síndrome de Down do Brasil. Ela, que na época do curso de magistério fez greve para não entrar na sala de aula enquanto não fosse aceita como igual, rompeu o preconceito lutando e mostrando o poder desta palavra transformadora: a inclusão.

Aos 20 anos, Débora decidiu que sua profissão seria na área da educação. Nesta época, ela já havia feito diversos estágios e experimentado cargos em lojas, como recepcionista de eventos e até chegou a desfilar para uma butique. “Mas, quando fiz estágio em educação infantil, eu me apaixonei pelo trabalho com crianças e resolvi ser professora”, diz ao Catraca Livre.

Débora sempre estudou em escolas da rede regular de ensino em Natal (RN). O diagnóstico genético não a impediu de buscar seus sonhos, muito menos seus pais, que apoiaram a escolha da filha desde o início. Ao terminar o ensino médio, a jovem potiguar ingressou no curso de magistério (de nível médio) na Escola Estadual Prof. Luiz Antônio e o finalizou em 2005, depois de quatro anos.

No entanto, este foi um período conturbado, ao mesmo tempo em que se tornou um divisor de águas em sua vida. Durante o curso, chegou a ser agredida e passou por situações constrangedoras vindas dos colegas de classe. “Não foi fácil, mas uma turma do curso científico me acolheu e até fiz greve de não entrar na sala”, relembra.

“Eu sofri muito, mas não desisti dos meus sonhos”, sonhos que lhe serviam de combustível para driblar os preconceitos. No último ano de magistério, foi escolhida como rainha da escola na festa de São João. Além disso, no convite de formatura, foi homenageada pela luta a favor da inclusão social. Uma vitória para Débora, uma lição para todos nós.

Fonte: Catraca Livre

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