As ações da universidade voltadas à permanência estudantil deram um novo suporte às mães que precisam conciliar maternidade e estudos com a implantação do auxílio-creche
O ingresso no Curso de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), no segundo semestre de 2017, representou a conquista de um sonho que a natalense Ana Paula Monteiro, à época com 32 anos, alimentava há mais de uma década. Mas o passo inicial da concretização de sua meta foi marcado por uma série de desafios que ainda estão presentes na vida da estudante que, assim como centenas de outros graduandos da Uern, têm na instituição uma fonte de apoio que se faz presente de diversas formas.
As principais dificuldades de Ana Paula tiveram início ainda na primeira metade do curso, quando ela teve que lidar com episódios de ansiedade e depressão. Foi quando teve acesso ao atendimento psicossocial realizado por técnicos da universidade que lhe ajudavam a cuidar da saúde mental e a lidar com as exigências ligadas à graduação. Em seguida, um novo capítulo de sua trajetória se iniciou em 2019, quando engravidou de sua filha, Ana Luiza. No ano seguinte, quando a bebê nasceu, o desafio de conciliar a maternidade com os estudos foi amplificado devido à pandemia do coronavírus.
“Foi uma experiência bem difícil. Mãe de primeira viagem, dona de casa e estudante. Eu estudava com minha filha no colo, as aulas que conseguia assistir era com ela no meu braço ou deitada no carrinho de bebê, que eu ganhei de uma amiga de sala”, conta a estudante. A situação financeira da família, sobretudo com os entraves advindos da pandemia, também pesava significativamente. “Na época, o pai da minha filha se encontrava desempregado, recebia apenas o auxílio governamental e eu estava recebendo o auxílio maternidade. Diante desse quadro financeiro, era mais um obstáculo a se vencer”, lembrou.
Atendendo a aproximadamente mil alunos apenas em 2020, o auxílio inclusão digital promovido pela Uern possibilitou aos discentes a aquisição de equipamentos de informática e contratação de serviços de internet, softwares e outros itens e serviços voltados ao acompanhamento das atividades remotas e à democratização do acesso às tecnologias da informação e da comunicação.
As ações da universidade voltadas à permanência estudantil deram um novo suporte, no início do ano, às mães que precisam conciliar maternidade e estudos com a implantação do auxílio-creche, que oferece apoio financeiro a mães e pais discentes. “Eu esperava esse auxílio desde que ainda estava no papel. E agora pude pôr minha pequena na creche e dar continuidade ao meu sonho, que está tão perto de ser concluído”, comenta Ana Paula Monteiro.
Sonhos que continuam crescendo
“Não foram e não estão sendo dias fáceis, pois ser mãe, principalmente de uma criança pequena, estudar e trabalhar, é cansativo e quase impossível. Mas o sonho de adolescente agora cresceu mais ainda, visto que minha filha também depende desse sonho. Todos os dias, sobretudo à noite, penso em desistir, mas ao olhar para minha filha, minhas forças se renovam e eu prossigo, principalmente quando ela me diz que quer estudar. Sim, ela adquiriu o hábito de querer estudar, já que me vê estudando desde que nasceu”, destacou Ana Paula.
Assim como o sonho de Ana Paula, as aspirações e desejos de alunos e alunas da Uern permanecem se expandindo nos seis campi da instituição, que, nos últimos anos, tem registrado um avanço expressivo de seus instrumentos de apoio à permanência estudantil.
“Esses programas vêm apresentando um crescimento exponencial, tanto em quantitativo de programas ofertados como em capacidade instalada e número de bolsas e de atendimentos. Uma semana como esta, com o dia do estudante, é um momento sobretudo de comemoração, por ter uma universidade socialmente referenciada, que busca proporcionar aos estudantes as condições necessárias para ingressar na universidade e obter o sucesso acadêmico”, frisa o pró-reitor de Assuntos Estudantis da universidade, Erison Natécio.
Além dos programas que prestam auxílio financeiro a estudantes que necessitam desse tipo de apoio, como o Programa de Apoio ao Estudante (PAE), a Uern também oferece aos alunos serviços como acompanhamento psicológico e pedagógico.
Conforme o pró-reitor, os programas ligados à permanência estudantil fazem parte do objetivo mais amplo da instituição de garantir a formação superior da população em todos os momentos da vida acadêmica, desde o acesso até a conclusão dos cursos.
“Nós sabemos que a Uern promove a democratização do acesso por meio de sua política de cotas e reserva de vagas. Essa democratização do acesso reivindica políticas de permanência que façam com que os alunos, notadamente os alunos carentes, tenham o suporte necessário para se manter na academia”, pontua.
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