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Alecrim ganha palco para o resgate cultural e artístico do bairro.

Alecrim ganha palco para o resgate cultural e artístico do bairro.

Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo/eliasjornalista.com

Restaurante e Espaço Palco Alecrim abrem para almoço e música ao vivo com homenagens. Proposta é valorizar artistas e personalidades que contam a história do bairro e de Natal.

O Alecrim, um dos mais célebres e afortunados bairros da capital potiguar, está ainda mais rico. Há menos de uma semana nasceu na Avenida dos Canindés, a antiga Av. 6, o mais novo empreendimento comercial e cultural da capital potiguar. É o Restaurante Alecrim, que trouxe com ele o Espaço Palco Alecrim – local de resgate da memória e dos valores artísticos da região.

De segunda a sábado, o restaurante abre para almoço self service com comida de qualidade e preço popular. O prato, sem balança, custa R$ 10,99. Já aos sábados, é a boa música que toma conta do lugar. Além do cardápio da semana, a casa ainda oferece uma deliciosa feijoada ao mesmo preço do almoço. E os visitantes ainda têm o privilégio de conhecer a história do bairro e das pessoas que fazem do Alecrim um local singular.

“A proposta é exatamente essa. Queremos valorizar o que é nosso, resgatar a cultura local, dar o devido reconhecimento aos artistas que aqui surgiram, premiar as pessoas que fizeram e fazem a história do Alecrim”, ressaltou o advogado e professor de Direito Penal Heráclito Noé, um dos sócios do estabelecimento. Filho de Heráclito e também sócio, o empresário Victor Noé destaca a estrutura do ambiente: “O Espaço Palco Alecrim é um local diferenciado. É acolhedor, aconchegante, totalmente climatizado. Ideal para confraternizações, eventos, até mesmo para um happy hour após um dia cansativo de trabalho”.

O restaurante, que funciona no térreo, abre às 10h45 e funciona até as 16h. O Espaço Palco Alecrim, que fica no piso superior, também abre a partir das 10h45. O diferencial do local é o sábado, quando tem música ao vivo de 13h às 22h. Também é no Palco que a cultura renasce e histórias de sucesso são devidamente reconhecidas.

Neste sábado, os homenageados são Demerval de Sá e Ailson Feitosa, presidente e vice da Associação dos Empresários do Alecrim. Já o repertório musical, sob o comando do musicista, compositor, cantor e intérprete Liz Nôga e o sambista potiguar Debinha.

Serviço:

Restaurante Alecrim

Fica na Av. dos Canindés ( antiga Av. 6), nº 1406 (entre as avenidas 2 e 3)

De segunda a sábado, de 10h45 às 16h

Somente aos sábados, de 10h45 às 22h, com música ao vivo a partir das 13h.

Telefone:  (84) 2226-4108

O Alecrim

O Alecrim nasceu em 1856. No começo, pequenos sítios e umas casinhas de taipa eram tudo o que existia. Hoje, com mais de 30 mil habitantes, o bairro possui a maior densidade empresarial da cidade e se tornou um dos maiores contribuintes de impostos.

Devido ao Rio Potengi ser o preferido do pirata francês Jacques Riffault, onde ele tantas vezes escondeu o seu barco, já foi chamado de Rifoles. Entre as igrejas de Nossa Senhora da Conceição e a de São Sebastião, havia uma localidade conhecida como Baixa da Égua. O padre João Maria mudou o nome para Baixa da Beleza e assim passou a ser chamado.

Entre 1855 e 1856, diante um surto de cólera, por uma questão de saúde pública, foi construído um cemitério, substituindo a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação e a de Nossa Senhora do Rosário, como locais de sepultamento. O Cemitério Público do Alecrim foi um dos marcos da ocupação do bairro. Tem 20 mil metros quadrados de área, 18 quadras, 11 ruas e cerca de 6.300 túmulos, jazigos ou mausoléus. Muitas pessoas famosas jazem no local: o comerciante Juvino Barreto; o padre João Maria; Pedro Velho, ex-governador e ex-senador; João Câmara, ex-senador; e Café Filho, ex-presidente da República. Um dos mausoléus mais bonitos foi construído por Januário Cicco, em memória da sua filha Yvette. Existem duas estátuas esculpidas na Itália, representando a esposa e sua filha sendo arrebatadas pelo Anjo da Morte.

Depois da construção do cemitério, vieram o Grupo Escolar Frei Miguelinho, em 1913; Igreja de São Pedro, em 1919; Hospital Policlínica do Alecrim, em 1934; Base Naval de Natal, em 1941, durante a II Guerra Mundial; além do relógio, em 1966, doado pelo Rotary Club do Alecrim.

Foi batizado como bairro pela Lei nº 251 de 30 de setembro de 1947, mas o nome Alecrim vem de 23 de outubro de 1911. Segundo o historiador Câmara Cascudo, a denominação aconteceu por conta de uma moradora das imediações da atual Praça D. Pedro II, que ofertava ramos de alecrim aos acompanhantes dos cortejos fúnebres.

O Bar Quitandinha, palco de diversos eventos culturais e políticos, surgiu em 1938, antes mesmo da Praça Gentil Ferreira, que foi inaugurada em 1939. Recebeu muitos artistas famosos, dentre eles Marinês e Sua Gente, Zito Borborema, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Cauby Peixoto e Antonio Marcos. Também políticos importantes como João Goulart,  Ulysses Guimarães, Dinarte Mariz e Aluízio Alves estiveram no bairro, sem falar no sucesso do grande Comício das Diretas Já, em 1984.

Algumas ruas têm nomes de tribos indígenas. A Avenida 06 é também a Rua dos Canindés; a Avenida 07 é a Rua dos Caicós; a Avenida 08 também é conhecida como a dos Pajeús; a Avenida 10 homenageia os índios Paianazes e a Avenida 12 é a Rua dos Paiatis. Os grupos que dão nome a essas ruas pertencem a uma tribo maior: os Cariris. Os Caicó viviam em Caicó, Florânia e parte de Cruzeta. Os Pajeú, em Caraúbas, Olho D’Água do Borges, Augusto Severo e Upanema. Os Canindés, em Mossoró, Areia Branca, Carnaubais, Pendências e Macau. Os desfiles carnavalescos com as suas tribos de índios mantinham vivas as memórias desses nativos. As “batalhas” eram prévias carnavalescas que se encontravam na Vila Naval. Havia também o Bambelô Asa Branca, uma espécie de coco de roda.

Os clubes Atlântico, Cobana, Tiradentes, Alecrim e o Mauá, faziam a alegria dos moradores da região. As festas religiosas ficavam por conta das igrejas de São Pedro e São Sebastião. A Paróquia de São Sebastião, na Avenida 09, foi criada em 1949. Em 1969 o teto da igreja desabou e foi construída uma nova, fruto das campanhas realizadas nos anos seguintes, durante as festas do padroeiro, comemoradas no mês de janeiro.

O Alecrim já teve muitos cinemas: o São Pedro, na Rua Amaro Barreto; o São Luís, na Avenida 02; o São Sebastião, na Avenida10; e o Cine Olde, por trás da Igreja de São Pedro. O Cine José Augusto, inaugurado em outubro de 1923, de acordo com o escritor Anchieta Fernandes, foi o primeiro. O segundo foi o Cine Alecrim, em 1947, nas proximidades da Praça Gentil Ferreira.

Teatros, foram dois: o Teatro Municipal Sandoval Wanderley, ou ‘Teatrinho do Povo’, foi criado na gestão do prefeito Djalma Maranhão (1960-1964). Já nos anos 1990, veio o Teatro Josiel Figueiredo, que substituiu o Cine Olde. Hoje, ele não existe mais.

Na área do esporte, a fundação do Alecrim Futebol Clube, em 1915, foi um marco importante. Outro orgulho, é a maior feira da cidade, a Feira do Alecrim, realizada aos domingos, quando criada, e que desde o dia 10 de outubro de 1940 funciona aos sábados. Já o mercado da Avenida 06,  existe desde setembro de 1970.

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