Marca Maxmeio

Postado às 21h11 DestaquePolítica Nenhum comentário
audiência pública para discutir a situação de mulheres negras no Rio Grande do Norte e também para debater a "Marcha Nacional das Mulheres Negras",

Audiência pública para discutir a situação de mulheres negras no Rio Grande do Norte e também para debater a “Marcha Nacional das Mulheres Negras”.

Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo/eliasjornalista.com

A Assembleia Legislativa promoveu, na tarde desta quinta-feira (12), uma audiência pública para discutir a situação de mulheres negras no Rio Grande do Norte e também para debater a “Marcha Nacional das Mulheres Negras”, que ocorrerá no dia 18 de novembro, em Brasília. Proposto pelo deputado Fernando Mineiro (PT), o encontro reuniu entidades representativas do movimento negro e de religiões afro-brasileiras, que irão à Brasília em comemoração ao Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, data em que morreu Zumbi dos Palmares.

Na abertura da discussão, o deputado Fernando Mineiro apresentou dados sobre a situação de mulheres negras no estado. De acordo os númeoros, referentes ao Censo 2010 do IBGE, as mulheres negras representavam 56,4% da população feminina do estado naquele ano, o equivalente a 912.897 mil negras vivendo no Rio Grande do Norte. A taxa de analfabetismo, à época, era de 11,2% entre as brancas, enquanto o índice era de 17,7% para a população feminina negra.

Com relação às oportunidades, mais discrepância. O percentual de mulheres negras e brancas ocupadas e com ensino superior completo era de 13,10% e 24%, respectivamente, com o desemprego de 13,7% para negras e 11,5% para as brancas. Ainda de acordo com o Censo 2010, o rendimento médio do trabalho das mulheres brancas com 16 anos ou mais de idade ocupadas era de R$ 1.136,70, contra R$ 769,58 de mulheres negras com as mesmas características.

“É uma situação que muitas pessoas podem até não ter a real noção, mas que são realidade. São dados oficiais e que mostram um quadro que precisa ser mudado”, disse Fernando Mineiro.

No encontro, representantes dos movimentos negros abordaram questões sobre violência, discriminação e desigualdade no tratamento dado a pessoas negras, além do “femicídio” de mulheres negras, racismo e sexismo. A situação, de acordo com os participantes, é enfrentada diariamente em toda a sociedade, inclusive nas proximidades de quilombos, que são grupos de descendentes de africanos que mantêm tradições culturais, de subsistência e religiosas.

Atualmente, o Rio Grande do Norte tem 64 quilombos, de acordo com representantes do movimento negro. Porém, somente 22 deles são reconhecidos pelo Incra e Fundação Palmares, enquanto nove têm acompanhamento constante. O objetivo da participação dos movimentos negros e de quilombolas na Marcha Nacional das Mulheres Negras tem o objetivo de articular e dar visibilidade às temáticas raciais femininas.

“É preciso que todos sejam ouvidos e o tema tenha a devida atenção da sociedade. Vamos continuar dando oportunidade e voz a todos os que buscam a igualdade”, finalizou Mineiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *