A prevenção ao câncer infanto-juvenil foi tema de audiência pública nesta quarta-feira (18), na Assembleia Legislativa, em discussão promovida pela Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Casa. Por iniciativa do deputado Hermano Morais (PV), autoridades no assunto debateram a necessidade de divulgação e de tratamento precoce, em uma ação que faz parte da programação do Setembro Dourado.
A deputada Divaneide Basílio (PT), vice-presidente da Frente Parlamentar, comandou a discussão. A campanha Setembro Dourado é uma iniciativa da Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONIACC), que nasceu em Natal e já está difundida por todo o país. O objetivo é alertar para a conscientização sobre o câncer entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, chamando à atenção os profissionais da saúde, pais, educadores e sociedade em geral sobre a importância de observar os sinais e sintomas sugestivos do câncer infanto-juvenil.
Fundador da Casa Durval Paiva, Rilder Campos explicou a origem do Setembro Dourado e enalteceu importância do diagnóstico precoce para que o tratamento seja mais eficaz, barato e menos doloroso para as crianças e adolescentes. Porém, segundo ele, o maior desafio é difundir a informação junto à sociedade.
“Ninguém está imune ao câncer. Todo e qualquer cidadão pode ter, independente de cor, raça, gênero ou classe social. Eu tive, meu filho teve também. O diagnóstico precoce é fundamental. Existe muita coisa para ser ocupada e uma campanha como essa é uma campanha de marketing. Há muitas crianças com diagnóstico tardio e queremos oferecer um tratamento digno e também a cura, com tratamento menos invasivo, doloroso e mais barato”, explicou o fundador da Casa Durval Paiva, que tem quase 30 anos de atuação.
Durante a audiência pública, profissionais de Saúde, incluindo da Liga Contra o Câncer, expuseram sintomas e explicaram a importância do tratamento precoce. Atualmente, o câncer pediátrico representa aproximadamente 3% dos casos de câncer em adultos, mas é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes brasileiros. Há a estimativa que, para cada ano do triênio 2023-2025, ocorram 7.930 novos casos de câncer infanto-juvenil no Brasil, sendo 4.230 no sexo masculino e 3.700 no sexo feminino.
Entre os principais sintomas estão palidez, dor óssea, hematomas, caroços ou inchaços, perda de peso sem causa aparente, febre e sudorese noturna, tosse persistente, são alguns dos sintomas. Mesmo sendo considerada uma patologia rara, o câncer infanto-juvenil faz parte de um grupo de doenças mais agressivas, com curtos períodos de latência e rápida proliferação. No entanto, há boas perspectivas de prognóstico se o diagnóstico for precoce e o tratamento, rápido e eficaz.
“Nosso foco aqui é dar visibilidade ao tema e contribuir para que a sociedade saiba da necessidade de um diagnóstico precoce, além de buscar também dar voz aos ex-pacientes e familiares que enfrentaram a doença”, explicou a deputada Divaneide Basílio.
Após o debate, que também teve participações de representantes do Poder Público, como a Defensoria Pública, a deputada Divaneide Basílio definiu alguns encaminhamentos em conjunto com o grupo que participou da audiência.
“É uma felicidade para nosso estado ter instituições que oferecem um trabalho tão eficiente e humanizado. Enche nosso peito de orgulho. Como encaminhamento, a gente sabe que a audiência traz esse poder de debate, mas o que foi dito por todos aqui é que, além do mês de setembro e da campanha, o tema precisa ser lembrado durante todo o ano, todos os dias. A Frente Parlamentar vai cobrar, reforçar as parcerias com todas as instituições que ajudam e colaborar com ações”, disse a deputada.
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