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Postado às 07h03 CidadeDestaque Nenhum comentário

Léo, que tem retinose pigmentar, com a esposa assistindo tv – Foto Siga Antenado.

Além de jogar xadrez, o professor aposentado Leonardo Junqueira, 57 anos, tem como um de seus passatempos favoritos assistir às novelas da TV Globo, o que faz sempre em companhia da esposa, Vera. Ao lado dele no sofá de casa, ela se transforma em uma narradora meticulosa, descrevendo em detalhes as cenas e as emoções da trama, já que Léo é deficiente visual.

 

“Tem hora em que entra uma musiquinha na cena da novela, sem nenhuma palavra. Aí, não tenho como saber o que está acontecendo. A Vera, que convive comigo há muito tempo, vai explicando tudo para mim. A audiodescrição ajuda muito. Eu sempre procuro canais com esse recurso, mas são poucos”, conta Léo, que tem retinose pigmentar, uma condição hereditária e sem cura que afeta gravemente a retina de forma progressiva.

 

Agora, na nova parabólica digital, muitas pessoas na mesma situação que o Léo, ou com visão limitada, têm acesso ao conteúdo da TV de forma enriquecedora. Isso é possível graças à audiodescrição, funcionalidade que está disponível na nova tecnologia a partir de um simples comando no controle remoto. São mais de 80 canais, inclusive os regionais. Para os 6,5 milhões de brasileiros com deficiência visual, significa vivenciar uma experiência televisiva muito mais ampla e inclusiva.

 

Para usufruir da audiodescrição, é preciso trocar a parabólica tradicional pela nova parabólica digital, que traz inúmeros benefícios, como melhor qualidade de som e imagem; sincronização automática de canais e a possibilidade de conferir a grade de programação das emissoras.  A substituição é necessária porque a tecnologia 5G utiliza uma faixa de frequência muito próxima à Banda C, por onde passa o sinal das antenas tradicionais. Dessa forma, à medida que o 5G é ativado nas cidades, os usuários da parabólica tradicional podem sofrer com interferência e até a perda completa do sinal de TV.

 

No mercado, o kit contendo a nova parabólica digital pode custar até R$ 900. Mas famílias de menor renda inscritas em algum programa social do Governo Federal, e que utilizam a parabólica tradicional para ver televisão, têm direito a receber esse kit sem pagar nada por isso.

 

Parabólica digital gratuita

 

O serviço é feito pela Siga Antenado, entidade não governamental e sem fins lucrativos, responsável pela substituição das parabólicas tradicionais pela nova parabólica digital nos lares de famílias de baixa renda. Mais de 2 milhões de equipamentos já foram instalados gratuitamente em todo o país.

 

O programa começou em junho de 2022, no Distrito Federal, e, em seguida, atendeu as capitais e regiões metropolitanas.  Atualmente, o agendamento para instalação gratuita do kit está disponível em municípios com mais de 100 mil habitantes e parte das cidades com população de até 30 mil pessoas. São 3.678 cidades com agendamento e instalação sendo executados até o momento. Até 2026, todos os 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal, serão atendidos.

 

Para saber quem tem direito ao kit com a nova parabólica digital, a população deve entrar em contato com a entidade por meio do site sigaantenado.com.br ou pelo telefone 0800 729 2404.  Para agendar a troca, o beneficiário deve ter em mãos o número do CPF ou do NIS (Número de Identidade Social). Após a confirmação de que os critérios foram atendidos, será feito o agendamento para a ida do técnico à residência. Tanto o equipamento quanto a instalação são totalmente gratuitos.

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