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Lula: retorno do manto “é um marco do que os povos indígenas estão recuperando neste momento”.

Depois de mais de 300 anos exposto no Museu da Dinamarca, o Manto Tupinambá retornou ao Brasil. O objeto raro e sagrado do povo Tupinambá foi levado à Europa em 1644 e lá permaneceu até julho de 2024, quando foi repatriado. O manto é uma peça com cerca de 1,20 metro de altura, por 80 centímetros de largura.

O presidente Lula participou nesta quinta-feira (12) de uma cerimônia especial na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, para celebrar a repatriação do manto sagrado Tupinambá. A celebração contou com a presença de cerca de 200 indígenas, incluindo importantes lideranças tupinambás e do governo, além da embaixadora da Dinamarca no Brasil, Eva Pedersen. O evento simbolizou um momento de reconexão cultural e valorização das tradições dos povos.

O manto Tupinambá, que havia sido levado para a Dinamarca há quase 400 anos, retornou ao país em um evento repleto de discursos, mas também de música e cantos sagrados, entoados em diversos momentos. A cerimônia destacou a importância do artefato e o papel fundamental dos povos indígenas no processo de repatriação.

No início de seu discurso, o presidente Lula destacou a importância da volta do artefato ao país. “É um privilégio participar de um momento tão especial. Não só para os povos indígenas, mas para brasileiras e brasileiros (…) Ao longo da nossa história, diversos itens indígenas e de outras comunidades tradicionais atravessaram fronteiras, e foram habitar museus europeus. O retorno do manto sagrado Tupinambá é um marco do que os povos indígenas estão recuperando neste momento”, afirmou.

O presidente agradeceu pelo esforço conjunto na recuperação da peça e pediu ao governador Jerônimo Rodrigues que providencie um local na Bahia, terra dos Tupinambás, para ela: “Espero que todos compreendam que, apesar do manto estar no Museu Nacional no Rio de Janeiro, o lugar dele não é aqui.”

Lula aproveitou para reafirmar sua oposição à tese do Marco Temporal, que considera uma ameaça aos direitos das comunidades originárias. Ele destacou que seu veto à proposta foi derrubado pelo Congresso, mas a discussão ainda está em andamento no STF. “Sou a favor do direito dos povos indígenas ao seu território, conforme determina a Constituição”, disse.

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