Marca Maxmeio

Postado às 23h11 CidadeDestaque Nenhum comentário

Primeira-dama Amanda Dias falou sobre necessidade de se encampar a causa. ( Foto: Alex Régis).

Redação/Blog Elias Jornalista

Cerca de 92% das mulheres natalenses dizem ter sofrido algum tipo de assédio em ambiente coletivo, mas nunca denunciaram o agressor. De olhares inconvenientes ao toque em alguma parte do corpo, ou a encostada proposital, são agressões enfrentadas diariamente por mulheres e meninas na capital. Os dados estão em uma pesquisa recente realizada pela Prefeitura de Natal e apresentada ao público durante o lançamento da campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. A ação foi deflagrada neste 25 de novembro, marco mundial do movimento pela eliminação da violência de gênero contra mulheres e meninas.

Encampada pela Prefeitura do Natal por meio da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (Semul), a campanha foi lançada numa solenidade conduzida pela primeira-dama do município Amanda Grace Dias, representando o Executivo municipal e pela secretária Andréa Ramalho (titular da Semul), no salão nobre do Palácio Felipe Camarão. Participaram outras secretarias municipais, a vice-prefeita Aíla Cortez, instituições parceiras que atuam com políticas públicas e autoridades do legislativo municipal, vereadoras Divaneide Basílio e Brisa Bracchi.

A primeira-dama Amanda Dias lembrou que em tempos de pandemia a campanha se tornou ainda mais urgente pois houve um aumento de casos e essa questão alcançou níveis no qual não se pode mais ser silenciado ou ignorado. “Não é só em Natal, mas em todo o mundo. Essa pesquisa constata que nós mulheres vivemos a mesma realidade em todos os lugares. Então a campanha é fundamental para plantarmos a semente de que o fim da violência depende de nossa atitude, começando pelo seio familiar, na educação que damos e também para outras famílias”, disse Amanda. “Precisamos estar atentas pois podemos ter ao lado alguém que sofre violência e não denuncia por medo ou vergonha”, ressaltou.

A secretária Andréa Ramalho destacou que neste momento em que os locais de entretenimento estão reabrindo para o público, a Prefeitura vai dar visibilidade à campanha mundial no sentido de coibir o assédio em ambientes públicos, principalmente bares e restaurantes. “Fizemos uma pesquisa em bares, restaurantes, cafés e shows para identificar se existia e qual tipos de violência, assédio e importunação sexual ocorrem nesses locais onde a bebida alcoólica muitas vezes é o estopim desencadeador. Então junto com o Instituto Perfil identificamos o que ocorre nesses locais para podermos agir e fortalecer a rede de proteção”, disse.

A campanha abrange cursos de formação sobre violência e trauma para educadores e profissionais que atuam no mercado do turismo e entretenimento, além de distribuição de materiais impressos em locais de grande fluxo de pessoas, como o Carnatal e bares, em parceria com a Destaque Promoções e a Abrasel. No próximo dia 29 será realizado o curso “Violência contra a mulher: conceitos e rede de atendimento”, com público-alvo de representantes de bares, quiosques, praças, casas noturnas, shows, dentre outros.

PESQUISA
Para embasar os 16 dias de ativismo, a Prefeitura trouxe à sociedade um retrato atual sobre a violência de gênero em locais públicos da capital. A pesquisa quantitativa abordou 650 mulheres, entre trabalhadoras e frequentadoras dos bares e restaurantes de Natal nas quatro regiões administrativas. Realizada entre 5 a 7 de novembro em 63 estabelecimentos da cidade, a pesquisa apontou que dos tipos de violência mais frequentes são olhares inconvenientes (79,45%) e cantadas inconvenientes ( 78,29%). Porém, 26,79% sofreram assédio por gestos obscenos, 41,34% sussurros indecorosos, 41,34% por toque em alguma parte do corpo, 42,73%, Do universo abordado, 85,69% das mulheres se declararam pardas ou brancas e 11,38% pretas, dessas 53 por cento católicas 21% sem religião e 18% protestante ou evangélica.

A campanha também vai mostrar quais os serviços que o município oferece, como Centro de Referência Elizabeth Nasser, que funciona de segunda a sexta-feira, e a Casa Abrigo Clara Camarão, primeira casa de acolhimento do Rio Grande do Norte para vítimas de violência de gênero.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *