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‘Cérebro de rainha’: o que fazer agora para envelhecer bem.

O envelhecimento é diário e pensar sobre isso agora faz toda a diferença no próprio processo de envelhecimento.

A verdade é que a mente humana tem uma tendência automática de evitar a consciência de sua mortalidade. E apesar dos detalhes neurológicos por trás disso ainda não terem sido plenamente descritos, alguns estudos já abordaram hipóteses interessantes

A neurocientista do SUPERA – Ginástica para o Cérebro, Livia Ciacci, explica que um estudo publicado na revista “Neuroimagem” pelo Departamento de Psicologia da Universidade Bar Ilan, de Israel, mostrou que quando percebemos estímulos linguísticos relacionados à morte, os mecanismos preditivos do cérebro automaticamente relacionam essa informação aos “outros”, como algo que só acontece com outras pessoas.

“Essa ‘proteção’ provavelmente foi construída na evolução porque o nosso organismo biológico luta o tempo todo para nos manter vivos, e constatar a qualquer momento iremos morrer não seria muito produtivo para a motivação e determinação”, explicou.

Por que é tão difícil pensar sobre o envelhecimento?

Se é difícil pensar sobre a finitude e o envelhecimento, a dica dos especialistas é apostar em bons hábitos que vão impactar diretamente neste processo.

Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA cita como exemplo a rainha mais longeva da história, Elizabeth II, falecida no último dia 29 de setembro de 2022. A vida da monarca é retratada na série The Crown que estreia 5ª temporada no próximo dia 9 de novembro na Netflix.

 

Além de viver diferentes e decisivos momentos da história, Elizabeth também pautou sua vida em diferentes estímulos que, segundo Livia, são fundamentais para um processo de envelhecimento integral.

 

“Podemos nos inspirar nos hábitos da Rainha Elisabeth II, que nos deixou esse ano, aos 96 anos, lúcida e produtiva. Ela foi a prova de como cuidar do cérebro para ter uma longevidade ativa. O estilo de vida da Rainha respeitava os quatro pilares do cérebro saudável: o cognitivo, o social afetivo, o físico e o aprendizado”, explicou

 

Três pilares do cérebro saudável

 

Mesmo não tendo a estrutura do trono britânico a disposição, a partir do exemplo de Elizabeth II, é possível identificar comportamentos que, segundo a neurocientista do SUPERA, colaboraram diretamente para que ela alcançasse uma vida longeva e feliz, confira:

 

 

·        Fatores cognitivos: A rainha inglesa sempre se manteve atualizada e participativa de todas as decisões do reino, levava a sério o fato de ser responsável pelas suas próprias emoções. Ela também desenvolveu a habilidade da adaptação, algo necessário nas suas funções, atitudes que impactam diretamente na capacidade cognitiva ao longo dos anos.

·        Fatores Social e afetivo: Elizabeth se manteve ativa profissionalmente através de uma vida social pública e familiar dinâmica, que reforçou ainda mais a autoconfiança dela. Ter sempre contato com animais também ajudou a reduzir o estresse ao longo dos anos, uma paixão que ela sempre fez questão de mostrar ao público.

·        Fatores Físicos: Caminhadas diárias e a prática de equitação estavam na rotina. A atividade física diminui os marcadores inflamatórios e faz a diferença no cérebro. A alimentação da rainha também era excelente: com 4 refeições diárias, sem exageros, baseadas em peixes, saladas, legumes, e chá sem açúcar. O chocolate amargo era a paixão dela, justamente o que tem mais antioxidantes. Ela também não abria mão das 8 horas e meia de sono!

 

 

São muitos os exemplos positivos observando a vida de Elizabeth II. Durante a pandemia a rainha passava algumas horas do dia estudando e aprendendo, na pandemia por exemplo, aprendeu a lidar com muitos recursos tecnológicos “Esses são só alguns dos hábitos que foram decisivos na vida longa e ativa dela, e todos são acessíveis para todos nós”, alertou.

 

 

Atenção para as emoções!

 

Mas, mais do que mudar hábitos, especialistas em envelhecimento chamam atenção para cuidados uma atenção maior ao manejo do estresse e das emoções.

 

As emoções e os relacionamentos têm 100% de peso no envelhecimento saudável. Envelhecer é um fenômeno multidimensional, e independente da região do mundo e da cultura, o envolvimento com a vida é o critério chave porque é o que define a postura e a motivação da pessoa para lidar com todos os outros aspectos.

 

Um bom exemplo é o estresse causado pelos eventos de perdas, que naturalmente vão aumentando com o avanço da idade. Os idosos com um bom gerenciamento emocional e uma rede social ativa terão muito mais recursos para minimizar o estresse, cultivando a sabedoria e a sensação de satisfação com a vida.

 

Vire a chave e comece agora!

 

A verdade é que o que estamos dando hoje ao cérebro vai impactar diretamente na forma como envelhecemos e isso inclui, além dos pontos citados aqui, estímulos que envolvem novidade, variedade e grau de desafio crescente como a prática de ginástica para o cérebro.

 

“Se seremos um idoso ativo ou um idoso cheio de doenças crônicas, estamos plantando isso ao longo da juventude e fase adulta. Não é fácil para o nosso cérebro pensar no “eu de amanhã”, mas precisamos fazer esse exercício diariamente pelo nosso próprio bem. É possível manter nossas capacidades intelectuais constantes ou até aprimorá-las, mas tudo isso depende dos hábitos adotados hoje”, lembrou.

 

 

Por sim, segundo Livia Ciacci neurocientista do SUPERA, são pelo menos 7 os fatores que exercem um grande impacto na “idade” do cérebro, são eles:

 

·        Aptidão inata;

·        Nível de instrução educacional;

·        Treinamento profissional;

·        Estado de saúde;

·        Motivação;

·        Sensação de sucesso na vida;

·        E um ambiente estimulante com novos aprendizados.

 

“Podemos ver que todos esses fatores se desenrolam ao longo da vida e envolvem esforço pessoal, capacidade de ressignificar situações, sentimentos e sobretudo amor-próprio. A soma desses esforços sem dúvida levará ao resultado da intelectualidade e da saúde mantida ao longo do processo de envelhecimento”, concluiu Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o Cérebro.

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