Neste blog, compartilho minha jornada na gastronomia e como ela me moldou ao longo dos anos. Minha vida começou em uma cozinha, no meio de uma aula da minha mãe, no dia 2 de outubro de 1961, ao meio-dia, na bela cidade de São Luís, no Maranhão. Acreditar que o destino já traçava meu caminho desde o nascimento se tornou uma realidade à medida que absorvi as lições culinárias ao longo dos anos. A gastronomia brasileira sempre foi uma sinfonia de sabores e ingredientes, ainda desconhecida por muitos na hora de preparar uma refeição. Minha infância me presenteou com o conhecimento de ervas e sabores que me acompanharam ao longo da vida.
Compreender os cortes internacionais é importante, mas não se pode ignorar os cortes brasileiros ao buscar se tornar um grande profissional da cozinha. Desvendar as técnicas e os segredos das pessoas que conheci durante minha jornada não foi fácil, especialmente porque, embora o Brasil seja vasto, eu nasci na última cidade nordestina ao norte do país, onde os ingredientes eram únicos em sua essência.
Descobrir que meus pais também eram nordestinos, mas de uma cidade diferente, explicou meu amor pela gastronomia brasileira. Minha mãe passava o dia todo em uma cozinha, ensinando às mulheres negras maranhenses como trabalhar nas casas das famílias na década de 1950. Isso foi o primeiro passo para minha conexão com a gastronomia afro-brasileira. A fusão inicial de conhecimento enriqueceu meu desejo de me tornar um cozinheiro.
Nossa jornada nos levou do Maranhão ao Piauí e, em seguida, ao Ceará, onde descobri outra culinária dentro do Brasil. Esta cidade nordestina tinha uma culinária distinta, e eu estava ansioso para experimentar sabores diferentes dos que conhecia. Minha jornada continuou a expandir meu paladar, a cada prato que eu provava.
Inicialmente, fiquei surpreso com as diferenças nos ingredientes e nas técnicas culinárias. No entanto, sob a orientação habilidosa da minha mãe, aprendi a apreciar o sabor do azedo misturado com pimenta-do-reino, cebola, alho, louro, colorau, tomate e óleo. Esses ingredientes, muitas vezes triturados em um pilão de mesa, se tornaram a base da minha educação culinária.
Minhas idas às feiras locais, onde comprávamos ingredientes frescos e secos, me apresentaram a um aspecto único da gastronomia: a “xepa” (o costume de pegar os ingredientes que caíam sob as bancas dos vendedores). Desde criança, eu já tinha esse hábito. Com a “xepa”, eu aproveitava ao máximo os ingredientes, usando parte deles para complementar o cardápio da casa, enquanto o restante se tornava adubo orgânico para a minha horta ou alimentava os animais que criávamos para enriquecer nossa dieta em casa.
Minha jornada culinária nos desafiou a provar pratos únicos, como a famosa salada de alface, tomate, cebola, manga, queijo e pimentão, regada com vinagre, azeite e sal. Em seguida, veio o “baião de dois”, preparado com um feijão marrom e acompanhado por carne de porco frita. Esse prato ficou gravado na minha memória até hoje, mas a jornada estava apenas começando. A galinha cabidela com batata inglesa foi outro destaque dessa viagem gastronômica incrível.
Acesse o Blog do Chef Marcos Lôbo
Acesse: https://chefmarcoslobo.blogspot.com/
Bom dia e muito obrigado meu amigo Elias.
Gostaria do contato do chef Marco lobo