Você já sentiu o coração acelerado, as mãos suadas e uma sensação de tensão crescente durante uma partida emocionante?
Você não está sozinho. Principalmente no contexto de grandes competições como foram os Jogos Olímpicos: a paixão pelo esporte pode desencadear uma verdadeira tempestade hormonal em nosso corpo.
Ao assistir a uma competição, especialmente se for relevante, o cérebro entra em modo de alerta, como explica o cirurgião cardiovascular da Hapvida NotreDame Intermédica, Renato Max. Segundo ele, a combinação entre expectativa, rivalidade e imprevisibilidade ativa um mecanismo de “luta ou fuga”, que prepara nosso corpo para enfrentar uma ameaça, liberando uma série de hormônios como adrenalina, noradrenalina e cortisol.
O médico ressalta que esses hormônios, embora essenciais para a sobrevivência, podem ter efeitos colaterais quando liberados em excesso. “A longo prazo, níveis elevados de cortisol podem comprometer o sistema imunológico, aumentar o risco de doenças cardíacas e contribuir para o desenvolvimento de ansiedade e depressão”, alerta ele.
Renato Max destaca que estudos mostram que o risco de eventos cardíacos, como infarto e arritmia, aumenta significativamente durante e após partidas de esportes como futebol, especialmente em momentos de alta tensão. “A combinação de estresse, emoção e fatores de risco como tabagismo, sedentarismo, uso abusivo de álcool e alimentação inadequada pode sobrecarregar o coração”, afirma o cardiologista.
O médico lembra ainda que, embora a paixão pelos esportes seja contagiante, é importante tomar algumas precauções para proteger a saúde física e metal. “O esporte une milhões de pessoas ao redor do mundo. No entanto, entender os mecanismos fisiológicos envolvidos e adotar hábitos de vida saudáveis, torna possível aproveitar a emoção das competições”, observa Renato Max. Tudo isso de forma mais prazerosa e segura, sendo possível, inclusive, participar como competidor.
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