Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com
Quanto mais old fico, mais early acordo. Mando duas fotos dando bom dia aos amigos e parto para fumegar café e comer, dedilhando entre um som do Pink Floyd e outro de Duke Ellington, os caminhos e descaminhos das mídias em geral.
Tenho evitado um pouco TVs, enjoado que estou com Corona, um cabra maligno, ceifador de seres de minha espécie, falidor de empreendedores, empoderador de suicidas, depressivos e chateados, enfim, um matador, desagregador, destruidor de uniões, ladrão de esperanças e persona non grata em nosso planet Earth.
Mesmo off TV, o 19 arrumou um jeito de também contaminar as redes, estando onipresente – como nunca antes visto, no Facebook, Instagram, TT e principalmente WhatsApp, causando pânico e desagregando a network, numa pandemia de intrigas e contrainformações de causar inveja a qualquer um, basta recorrer a audiência devidamente cadastrada no Guinnes Book.
E sentado, dando ibope aos diversos grupos aos quais aderi, decidi ouvir áudio de um grupo espiritual de algum quadrante do universo.
O porta-voz em tom grave falou que o Covid faz parte de um plano, para que possamos entrar nos eixos. Tudo meticulosamente planejado. Caso rebeldes nos comportemos, um bode maior advirá. O tom grave causa medo, Ave Maria, que situação.
Depois entro no zap de um grupo espiritualista eclético, aí vem seres de Capela, Órion, Nosso Lar, Ashtar Sheran, discos voadores, iluminados, divindades, médiuns, Chico Xavier, avatares, anjos, legiões, bastiões, mensagens de todos os tipos e para todos os gostos, condenando, elogiando, cheios de esperança, temor, ameaçadoras, redentoras, com sons estranhos feito trombetas, portais que se abrem às 23h59, 12, 11h11, 13h13, luas simbólicas, cartas reveladoras, crianças blue, Himalaias, encarnações planetárias, enfim, mais perdido que cego em tiroteio, ouvindo áudios, vendo vídeos, vivenciando a mulher me perseguir com álcool gel feito gato atrás de rato, tiro olhar do celular, respiro fundo sem ajuda de CPAP e digo internamente: – em quem acreditar?
No plano espitual não existe unidade, aqui na matéria o cu de burro é grande, liberar, confinar, apoiar, demitir, comunistas, retrógrados, talibãs, puros, demos, na salada humana das muitas percepções e situações, o vírus deita e rola, ele sim tem uma só postura, destruir nossa hipocrisia, atacar os que aparentemente estão frágeis, obesos, hipertensos, velhos, diabéticos, com comorbidades, como dizem os médicos.
O vírus não está nem aí para divindades, médicos, governos, esquerda, direita, 38, 13, 19…
Eu então vou entrar na vibe dele, vou viver, fluir, me encantar, viver o presente, afinal por aqui onde orbitamos já recebemos a gripe espanhola, HIV, Ebola, H1N1, se alguma peste dessa disse alguma coisa, fizemos ouvido de mercador, e passou, assim, vamos indo, nestas seleções naturais, ampliando, reduzindo, seguindo, vivendo.
Até quando? Não sei. Harari diz que somos fluxo. Não temos alma, não temos livre arbítrio, ressoamos algo que nem sabemos.
Hindus dizem que o criador é o diretor da peça e cabe a nós, cada um de nós, representar algum tipo de papel para seu deleite.
E se assim for, façamos nossa parte e em representar esse papel, encontremos felicidade na temporalidade.
Luzzzzz
Flávio Rezende aos sete dias, mês quatro, ano dois mil e vinte, 13h45.
Mais no www.blogflaviorezende.com.br
Deixe um comentário