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Projetos que impulsionam a atividade turística no território do Seridó Geoparque Mundial Unesco foram debatidos no evento – Crédito Humberto Sales.

O segundo dia do I Fórum de Geoparques Mundiais da Unesco de Língua Portuguesa nesta quarta-feira (26), em Currais Novos, na região do Seridó potiguar, foi aberto com um debate focado em políticas públicas e a promoção turística de geoparques no Brasil e em Portugal, mediado pela governadora Fátima Bezerra, que discutiu ações para aumentar o fluxo turístico nestes territórios.

Um dos focos de discussão foi em torno de projetos que impulsionem a atividade turística no território do Seridó Geoparque Mundial Unesco, que abrange seis municípios seridoenses – Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas – onde se encontram 21 geossítios.

Entre os participantes do primeiro debate do dia estavam o embaixador português no Brasil, Luís Faro, além da diretora de Turismo do governo português, Maria Teresa Marques de Carvalho Ferreira. Também participou João Carlos da Silva Pinho, presidente da Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Serras de Montemuro, Arada e Gralheira (Adrimag), em Portugal, que integra o território do Arouca Geoparque Mundial Unesco.

Também participaram Bruno Reis, diretor de Gerência de Mercados, Feiras e Eventos Internacionais da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur); a secretária estadual do Turismo, Solange Araújo Portela; o presidente da Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur), Raoni de Oliveira Fernandes; e Ronald Neri, coordenador-geral de produtos e experiências do Ministério do Turismo.

A governadora Fátima Bezerra destacou a importância do intercâmbio de ideias e da experiência de Portugal com o objetivo de consolidar os geoparques do Brasil, especialmente os do Seridó, por meio da implementação de políticas públicas.

“A promoção turística é essencial para os geoparques, que são produtos turísticos muito especiais e conectados com o desenvolvimento sustentável e inclusivo”, afirmou a governadora. Ela destacou que o fórum, sediado no Rio Grande do Norte, é um marco para o avanço e a consolidação dos geoparques brasileiros.

A secretária estadual de Turismo do Rio Grande do Norte, Solange Portela, falou sobre os investimentos do governo estadual para aumentar a visitação na região do Seridó. O total investido já ultrapassa os R$ 2,6 milhões.

“Estamos investindo na capacitação para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos pelos prestadores da área do turismo, como gestão de pequenos negócios, turismo de base comunitária e incentivo à gastronomia regional”, afirmou a secretária.

Outro ponto destacado foi o Projeto de Comunicação Visual do Geoparque Seridó. As regiões estão recebendo equipamentos de sinalização turística, com foco em aumentar a visitação e valorizar os patrimônios naturais e culturais do Seridó.

Maria Teresa Marques de Carvalho Ferreira, diretora de Turismo do governo português, ressaltou a necessidade de envolver a sociedade civil, o poder público e as empresas do turismo para ampliar a visitação aos geossítios. Ela enfatizou que as empresas devem entender o valor do território e agir de acordo com os valores locais, promovendo práticas responsáveis.

Carvalho Ferreira apontou que toda a cadeia turística deve adotar atitudes condizentes com o conceito de turismo responsável. “É essencial que os atores sejam transformados em agentes de turismo responsável, entendendo e valorizando o território dos geoparques”, afirmou.

Ronald Neri, coordenador-geral de produtos e experiências do Ministério do Turismo, afirmou que os geoparques são ferramentas essenciais para o turismo, promovendo emprego e renda. Ele destacou que os geoparques representam uma nova forma de gestão territorial, baseada no turismo, desenvolvimento sustentável, conservação e educação.

“O Brasil tem muito a oferecer nesse campo. Nossos geossítios são verdadeiras páginas abertas, um importante livro geológico que ainda estamos escrevendo. É fundamental que os brasileiros tenham acesso a essa história e que o mundo possa conhecê-la”, afirmou Neri.

Neri mencionou que o governo federal está empenhado em aumentar a visibilidade desta nova fronteira turística. Em agosto deste ano, o ministério promoverá o Salão do Turismo, um evento relevante para o setor. “Vamos disponibilizar um espaço de 260 metros quadrados, com exposições, ativações, conversas e palestras dedicadas exclusivamente aos geoparques. Queremos aumentar a visibilidade desse nicho de mercado”, disse.

Raoni de Oliveira Fernandes, presidente da Emprotur, enfatizou a importância do turismo responsável como estratégia para atrair visitantes. Ele mencionou que o Rio Grande do Norte é um dos grandes produtores de energias renováveis do Brasil, o que fortalece a imagem do estado como um destino de turismo verde e sustentável. “Essa é uma dinâmica que temos, é uma informação valiosa para promover nosso destino do turismo verde e sustentável”, afirmou.

O I Fórum de Geoparques Mundiais da Unesco de Língua Portuguesa aconteceu no Teatro Municipal Ubirajara Galvão, no centro de Currais Novos. O evento transcorre durante todo o dia com o compartilhamento de experiências entre gestores do Brasil e de Portugal.

Organizado pelo Governo do RN, através da SETUR/RN, GAC e EMPROTUR, o fórum conta com a participação do Consórcio Público Intermunicipal Geoparque Seridó (CPIGS), do SEBRAE, UFRN e BNB. A estimativa de público é de 300 pessoas, incluindo membros dos geoparques, representantes governamentais do turismo, pesquisadores, estudantes e comunidade em geral.

Além das autoridades ligadas ao turismo, o evento contou com debatedores como Miguel Matias Reis Silva (Geoparque Oeste – Portugal), André Melo Castro (Geoparque Açores – Portugal), Antónia Maria Morais (Geoparque Terras de Cavaleiros – Portugal), Daniela Maria Teixeira da Rocha (Geoparque Arouca – Portugal) e Carlos Miguel Neto de Carvalho (Geoparque Naturtejo – Portugal).

Do Brasil, participaram representantes de geoparques de cinco estados: Bianca da Silva Trindade (Geoparque Quarta Colônia – RS), Roberto Biava (Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul – RS-SC), Patrícia de Freitas Ferreira (Geoparque Caçapava – RS), Eduardo da Silva Guimarães (Geoparque Araripe – CE), Thiago da Silva Marinho (Geoparque Uberaba – MG) e Marcos Antonio Leite do Nascimento (Geoparque Seridó – RN).

Crédito Silas Samuel.

Geoparque Seridó

O Seridó Geoparque Mundial da Unesco cobre uma área de 2.800 km² no semiárido do nordeste brasileiro, abrangendo seis municípios do Seridó Potiguar: Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas, onde vivem mais de 120 mil habitantes, incluindo comunidades quilombolas.

A região, localizada na caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro, possui uma das maiores reservas de scheelita da América do Sul, um importante minério de tungstênio, e fluxos de basalto provenientes de atividades vulcânicas das Eras Mesozoica e Cenozoica.

Reconhecido pela Unesco como Geoparque Mundial em 13 de abril de 2022, o Geoparque Seridó não limita as atividades econômicas na área, permitindo desenvolvimento econômico sustentável. Na área do geoparque estão inclusos a nascente do Rio Potengi (Cerro Corá), o Monte do Galo (Carnaúba dos Dantas), os açudes Gargalheiras (Acari) e Boqueirão (Parelhas), a Mina Brejuí e o Cânion dos Apertados (Currais Novos) e o Tanque dos Poscianos (Lagoa Nova).

Existem 177 geoparques reconhecidos pela Unesco em 46 países. No Brasil, além do Geoparque Seridó, há o Geoparque Araripe (CE) e o Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul (RS-SC).

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