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Reabrir gradualmente o comércio e serviços no Rio Grande do Norte. Esse foi o apelo de empresários e representantes do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), seccional Rio Grande do Norte, na reunião desta quarta-feira (22) da Comissão Parlamentar de Enfrentamento ao Coronavírus.
Eles acreditam que o Brasil fechará em 2020 a sua pior década para a economia. O órgão também se pronunciou favorável à retomada das atividades econômicas no Estado, de forma gradual e com regras de proteção a população previamente estabelecidas. A posição foi tomada pelo superintendente da instituição no Estado, Zeca Melo, por webconferência.
“Essa pandemia pegou o Brasil e o RN no pior momento possível. A queda prevista do PIB para esse ano é de 4% ou 5%, o que vai representar uma volta ao PIB de 2010. Como já tivemos resultados muito ruins em 2015 e 2016, temos uma verdadeira década perdida”, disse Zeca Melo. Em sua apresentação, o representante do Sebrae fez uma rápida análise da situação financeira potiguar, relembrou números obtidos nos últimos anos e concluiu: “vivemos uma situação extremamente difícil”.
O superintendente do Sebrae fez questão de firmar sua posição favorável a flexibilização do isolamento social no RN e a retomada gradual das atividades econômicas. “Perdemos oportunidade de anunciar a saída do isolamento. Poderia ter acendido uma luz, com toda a responsabilidade, com todo o protocolo, poderíamos apontar um dia, como acontece no DF, SC, ES, SP. Se tem problemas em Mossoró, pela proximidade com o Ceará, se é mais sério em algum município, não abre. Se não tem problema, como em Pau dos Ferros, abre”, disse.
A crítica de Zeca foi em relação a determinação do Executivo em não concordar com o afrouxamento do isolamento social, durante reunião com representantes da classe produtiva realizada na terça-feira (21). “É importante analisar nesse novo decreto que sairá que é preciso ponderar algumas coisas para que fossem semelhantes ao decreto anterior para algumas áreas. Esse foi o pleito da Fecomércio e FCDL, que o Sebrae apoia integralmente”, completou.
Zeca Melo registrou ainda a dificuldade dos pequenos empresários da obtenção de crédito junto às instituições financeiras. “O dinheiro para as micro e pequenas empresas não chega. Temos imensa dificuldade. A AGN luta há 30 dias para repassar recursos do BNDES e não consegue. O BNDES prestou grandes serviços ao país, mas vive de costas para as pequenas empresas. Tem bancos aumentando tarifas. Temos conversado com Banco do Brasil, Caixa, enfim, são imensas as dificuldades de acesso ao crédito”.
Presidente da comissão, o deputado Kelps Lima (SDD) explicou que os trabalhos do colegiado entraram em uma espécie de segunda fase. No primeiro momento, foram ouvidos autoridades e representantes do setor da saúde. Nesta semana, estão sendo feitas audiências com nomes ligados a área da economia. “Temos preocupação porque a consequência econômica começa agora e vai durar mais tempo ainda por causa dessa pandemia, e ouvimos Zeca Melo porque é alguém que conhece bastante da economia do RN, da capital e dos pequenos municípios do interior”, disse.
O deputado Dr. Bernardo (Avante) criticou as ações feitas até aqui pelo governo Federal. O parlamentar acredita que a União foi “muito complacente com sistema financeiro em detrimento de quem realmente precisa de ajuda, que são estados e municípios, principalmente os da região menos favorecida. Enquanto que para empresas a ajuda é entre aspas, porque são empréstimos que terão que ser pagos”. Zeca Melo concordou com a observação.
Já Francisco do PT, ressaltou a importância do Sebrae para as pequenas empresas e microempreendedores. O deputado destacou a ação do Governo do Estado, atendendo requerimento de sua autoria, de comprar 7 milhões de máscaras das pequenas empresas integrantes do Pró-Sertão, contribuindo com a manutenção dos empregos.
Para o deputado Getúlio Rêgo (DEM), o Governo do Estado “precisa pisar no acelerador para melhorar o atendimento nos hospitais municipais, na rede pública. Faltam equipamentos para o dia a dia, imagine para esta pandemia. A ação do governo está lenta nesse aspecto, precisa dotar hospitais de equipamentos. Estamos a passos de tartaruga em relação à obtenção de respiradores”.
O deputado Tomba Farias (PSDB) questionou a Zeca Melo qual seria a saída para o RN diante da atual crise causada pelo novo Coronavírus. “A retomada tem que se via turismo. E o carro chefe do turismo do Estado é Natal, sem dúvida. Eu aproveitaria para ter um projeto retumbante na área do turismo, que diferenciasse a gente dos demais. Temos a opção de explorar a Segunda Guerra mundial. Temos a inauguração do Museu da Rampa, é preciso trabalhar fortemente nisso. Atrações diferentes. A Segunda Guerra seria o carro chefe da venda de Natal”, finalizou.
Kelps Lima também destacou que o turismo religioso pode ser também a alavanca para a recuperação econômica do Estado. O deputado citou a estátua de Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz, e criticou a falta de um planejamento para divulgar esse roteiro religioso no Estado, que envolveria diversos municípios potiguares. “A recuperação econômica não será fácil”, afirmou.
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