Sensibilidade, garra, coragem, disposição. Essas são apenas algumas características lembradas quando falamos sobre a atuação de mulheres no ramo da engenharia. Conquistando cada vez mais espaços numa profissão majoritariamente masculina, elas querem ainda mais. Querem reconhecimento e igualdade. No dia 23 de junho é celebrado o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, uma data criada para fortalecer ainda mais esse objetivo. Atualmente, mais de 200 mil mulheres possuem registro ativo no Conselho Federal de Engenharia (Confea), nos Conselhos Estaduais (Creas) e na Caixa de Assistência dos Profissionais (Mútua).
Sara Dantas faz parte de uma nova geração que sabe o que quer. Com apenas 23 anos e cursando o 7º período de engenharia civil na UFRN, ela já ocupa uma função importante e de confiança na Incorporadora Kactus Hub, em Parnamirim: é a responsável pelo Controle de Qualidade da obra, fazendo a fiscalização dos serviços conforme as certificações que a empresa possui, como o ISO 9001. Além disso, auxilia nas atividades diárias na construção.
“Meu maior desejo é poder ver os resultados de exercer uma boa engenharia com as oportunidades que eu tiver. Ver famílias conquistando seus lares, comunidades sendo desenvolvidas social e economicamente através da área da construção, contribuir para a geração de empregos e mudança de vida da população. Quero que a minha profissão não se torne apenas uma forma de ganhar dinheiro, mas que influencie e gere mudança na vida de outras pessoas”, disse.
Gabriela Buarque, de 24 anos, já passou pela mesma experiência de Sara. Formada em engenharia civil pela UFRN no ano passado, ela já está há 5 anos na Kactus Hub, onde começou como estagiária e atualmente faz parte do quadro de profissionais da empresa. Hoje, trabalha diretamente na parte de planejamento, concepção e análise de viabilidade de novos projetos e no monitoramento dos projetos em andamento.
“Acredito que o fato de eu ter escolhido essa profissão, assim como outras mulheres, contribui para que mais e mais mulheres também se sintam encorajadas a dar esse passo. Com o tempo, espero que em breve, esse assunto não seja mais um impasse que trará medo e insegurança às futuras engenheiras”, desejou.
Aline Brito também está dando os primeiros passos nesse caminho. Com 23 anos e no 5º período de engenharia civil pelo IFRN, ela compartilha experiências com as demais colegas da incorporadora e está descobrindo os desafios diários da profissão.
“É um desafio que aos poucos estou vencendo. Creio que nós, mulheres, temos um diferencial que é a determinação em cumprir metas, da forma mais correta possível. Mas é necessário mais reconhecimento das nossas capacidades. Temos que ser corajosas e acreditarmos no nosso potencial”, encorajou a estudante.
RN pioneiro
Para o co-fundador da Kactus Hub, Rafael Matheus, dar espaço para que mulheres possam atuar na engenharia é trazer para a empresa e para as obras um grande diferencial. “As mulheres têm um outro olhar sobre o mundo. Elas contribuem com muita inteligência e competência sobre tudo que se dispõem a fazer. Nossa equipe ganhou muito com todas as mulheres que fazem parte dela e nós vamos continuar incentivando essa participação cada vez mais”, prometeu.
O Rio Grande do Norte é pioneiro na ocupação de espaços importantes por mulheres engenheiras. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RN, o Crea-RN, foi o primeiro do país a ter uma mulher à frente, com Zélia Maria Juvenal, em 1994. De lá pra cá, outras duas mulheres já ocuparam a presidência da instituição, como ocorre atualmente. Desde 2018, o Conselho Estadual é comandado pela engenharia civil Ana Adalgisa Dias.
Segundo ela, a participação das mulheres nesse setor vem aumentando todos os anos. “As mulheres estão expandindo a sua participação no ramo da engenharia. Cada vez vemos mais mulheres cursando as engenharias, ocupando espaços nas obras, nas indústrias e em cargos de direção e liderança”, constatou.
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