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Redação/Blog Elias Jornalista

  • Projeto Eyes on Plastic, financiado pela Agência Espacial Europeia (ESA), une sensoriamento remoto ao desenvolvimento de software para rastrear poluição aquática
  • Poluição dos oceanos é um dos maiores desafios ambientais da atualidade e pode ter se intensificado com a pandemia

Recuperar ecossistemas é a mensagem principal deste Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), evento anual da Organização das Nações Unidas (ONU). A poluição dos oceanos é um dos maiores desafios ambientais da atualidade e pode ter se intensificado com a pandemia. Só no Brasil, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) registrou um aumento de quase 30% na coleta de materiais recicláveis durante esse período.

Para atuar na recuperação dos ecossistemas aquáticos, está sendo desenvolvido o projeto Eyes on Plastic, financiado pela Agência Espacial Europeia (ESA) e desenvolvido em parceria entre o Lactec, centro de referência em inovação e pesquisas tecnológicas; a empresa alemã Eomap, especializada em sensoriamento remoto para serviços ambientais e o instituto Fraunhofer-Gesellschaft, líder em computação visual na Europa.

A tecnologia em desenvolvimento, que inova no uso de inteligência geoespacial, fará uso de câmeras e imagens de satélites, alimentadas em um software cujos algoritmos vão calcular onde estão as partículas poluentes, em que quantidade e para onde vão com a movimentação das correntes de água.

O software vai utilizar uma tecnologia que permite monitorar a quantidade, localização e distribuição de poluentes plásticos em ambientes aquáticos. De acordo com a gerente da área de Meio Ambiente do Lactec, Rosana Gibertoni, o combate a esse problema é urgente. “Pesquisas científicas apontam que mais de 200 milhões de toneladas de plástico estariam flutuando apenas no Oceano Atlântico, mas ainda são poucos os estudos que exploram e atuam sobre o assunto. Isso dificulta que governos e corporações possam propor alternativas ou legislações eficazes para conter a poluição e restaurar a saúde dos oceanos”, afirma.

Tecnologia a favor da Baía de Guanabara

O local escolhido pelas empresas para o projeto foi a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. A baía é uma das áreas mais poluídas por microplásticos do planeta, conforme apontou uma pesquisa realizada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Os microplásticos são resultantes da fragmentação de plásticos maiores, como os de embalagens descartadas na água, ou então presentes em produtos cosméticos usados pelos banhistas.

A primeira etapa do projeto ocorre em junho. Com base nas ideias de economia circular, a equipe do Lactec vai realizar um estudo de viabilidade econômica da possibilidade da venda dos produtos de monitoramento das plumas de plásticos para as instituições locais, além de possíveis projetos sociais envolvendo a comunidade local.

Segundo Rosana Gibertoni, a iniciativa promete avanços na produção de dados sobre o problema. “O uso desses sensores possibilita acompanhar a evolução da situação com o tempo e produzir avaliações ambientais com precisão e efetividade ímpares, assim como aconteceu no monitoramento em Mariana, Minas Gerais”.

As duas empresas já trabalharam em conjunto antes, investigando os danos ambientais decorrentes do rompimento da barragem de rejeitos de minério na cidade de Mariana (MG) em 2015. Os resultados compõem o Diagnóstico Socioambiental do Rio Doce, que fornece subsídio ao Ministério Público Federal (MPF) para definir os termos para as ações civis públicas em andamento no âmbito do caso.

Para o CEO da Eomap, Thomas Heege, a parceria no desenvolvimento deste novo projeto pode preencher uma grande lacuna no desenvolvimento de soluções para este tipo de dano ambiental: “Contar com abordagens eficientes de monitoramento da contaminação de plásticos nas águas é um desafio para todas as tecnologias de medição hoje em dia. A minha esperança é que possamos contribuir com ambos os lados deste quebra-cabeça; os sistemas de sensores adequados e o impulsionamento de novas diretrizes economicamente viáveis para mapear e reduzir a pegada ecológica da humanidade”, conclui.

Dia Mundial do Meio Ambiente

Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Organização das Nações Unidas (ONU) inaugura a Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas, para apoiar a ampliação de ações de recuperação de ambientes terrestres, costeiros e marinhos.

A data é um evento anual da ONU para promover a consciência sobre a necessidade de proteger o planeta e preservar a natureza. Desde que foi instituída, em 1974, tornou-se uma ocasião para discutir a preservação ambiental em mais de 100 países.

 

Sobre o Lactec – é uma empresa privada que atua fortemente no mercado de inovação, abrangendo todas as áreas da pesquisa, ciência, meio ambiente e tecnologia para atender com alto desempenho às demandas fundamentais dos diversos setores produtivos da economia brasileira. Com três áreas de negócios principais, atua em todo o ciclo de inovação, desde P&D, ensaios e análises qualificadas até a execução de processos complexos para o setor de infraestrutura.

Sobre a Eomap com suas raízes na pesquisa, a Eomap é uma empresa privada, fundada a partir do Centro Aeroespacial Alemão, que atualmente lidera, em nível mundial, os serviços de mapeamento e monitoramento digital para ambientes aquáticos, usando análise de imagens de satélite. Entre os projetos realizados pela Eomap, está o primeiro mapeamento de alta resolução dos parâmetros de qualidade da água do mundo, desenvolvido para a Unesco. As soluções da Eomap são baseadas em software proprietário, que inclui algoritmos precisos baseados em física, que geram valor a partir de dados de diversos satélites que orbitam a Terra.

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