A Escola Municipal Professor Zuza recebeu nesta quarta-feira (21), a apresentação do Grupo Musical de Pessoas com Deficiência Esperança Viva da UFRN. O momento acontece no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, e tem como objetivo levar mensagem para os alunos da Rede Municipal de Ensino, que independente das características, é possível realizar as mais diversas atividades. A unidade de ensino atende 462 estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
As músicas apresentadas foram Luar do sertão, de João Pernambuco, Cio da terra, composta por Chico Buarque e Milton Nascimento e Trenzinho Caipira, música de Heitor Villa-Lobos. O grupo Esperança Viva começou em 2011 como uma iniciativa para levar a prática da música às pessoas com deficiência, e possui esse nome devido aos sentimentos causados em um dos componentes, citada durante a abertura da apresentação: “O mundo está cheio de esperança na morte, e aqui temos esperanças vivas”. A frase faz alusão ao caráter transformador que o projeto possui na vida das pessoas com deficiência.
Monitora do Projeto Esperança Viva e estudante de Licenciatura em Música pela UFRN, Natália Gabriela Fernandes, explicou sobre a importância de trazer uma apresentação como essa aos estudantes e destacou os objetivos do projeto. “O objetivo que temos é justamente musicalizar pessoas com deficiência, e após a visibilidade que ganhamos nas apresentações, começamos a receber convites para atuar em eventos na UFRN, eventos locais e estaduais. Muitos alunos do grupo haviam desistido de estudar no Ensino Fundamental mesmo, e após entrar para o grupo, muitos retomaram os estudos e até concluíram depois de adultos” disse.
Também monitor do grupo e licenciando em música pela UFRN, Ewerthon Lucas de Oliveira, comentou que o grupo surgiu do fruto de uma necessidade social. “Não trabalhamos apenas com pessoas com deficiência, trabalhamos com a inclusão. Não só eles aprendem, como também aprendemos a saber lidar com as diferenças. É um trabalho com a perspectiva de educação especial com a finalidade de incluir e que no final eles possam quebrar essas barreiras de segregação e adentrem em outros grupos. Quem cria a deficiência de fato é a sociedade, são apenas características, e temos que aprender a lidar com esse universo. Sabendo que eles são de maneira alguma menos incapazes por possuí-las” afirmou Oliveira.
Estudante com autismo do 5° ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professor Zuza, Arnoud David de Oliveira, comentou que gosta muito de piano, e sempre assiste vídeos de pianos. “Ter a oportunidade de ver um piano hoje foi muito bacana. Não é meu sonho tocar esse instrumento, mas se acontecer, eu acharia muito legal” comentou o aluno.
Atuando como diretor pedagógico da Escola Municipal Professor Zuza, João Arthur Sarmento Veríssimo, disse que o momento não só possui um valor especial, devido a sua deficiência visual, mas também se trata de uma iniciativa feita pela gestão da escola em convidar o Grupo Esperança Viva para sintonizar os estudantes da escola e a relevância de quebrar estigmas quanto as pessoas com deficiência. “É a confirmação de um planejamento afirmativo que vem acontecendo desde janeiro aqui na escola. Presenciamos a materialização de um momento importante de afirmação de um grupo que é muito segregado e esquecido pela sociedade. O que aconteceu aqui hoje foi muito positivo e emocionante”, relatou.
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