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O deputado estadual Hermano Morais, por meio da frente parlamentar em defesa da criança e do adolescente, levou à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte uma audiência pública para discutir o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. Setembro é o mês instituído no calendário estadual e municipal como o mês de conscientização sobre o assunto, o Setembro Dourado. O debate no auditório Cortez Pereira aconteceu nesta quinta-feira (05).
Os sintomas do câncer infantil muitas vezes são parecidos com os de doenças comuns entre as crianças. Por isso, consultas frequentes ao pediatra são fundamentais. São esses profissionais que podem identificar os primeiros sinais de câncer e encaminhar a criança para investigação diagnóstica e tratamento especializado.
O parlamentar Hermano Morais iniciou a audiência informando que o assunto do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil é tratado com maior relevância no mês de setembro porque foi o período escolhido para uma maior reflexão sobre o tema. “Nós que fazemos a frente parlamentar estamos preocupados com essa situação que toma uma proporção em nível nacional bastante relevante. O assunto exige de todos nós um trabalho de conscientização porque quando detectada e cuidada em tempo, as chances são grandes de cura e de qualidade de vida. Nossa intenção ao convidar várias instituições foi exatamente neste Setembro Dourado discutir diagnóstico precoce, tratamento adequado e qualidade de vida dessas crianças e adolescentes”, falou o deputado.
A diretora da Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, Rilma Lima, explicou que a campanha Setembro Dourado acontece desde 2015, sendo uma mobilização nacional. “É de suma importância que essa campanha ganhe força. Em Natal, a campanha faz parte do calendário oficial do município. Este ano fará parte do calendário estadual do RN, com proposta do deputado estadual Kelps (Solidariedade), que instituiu o Setembro Dourado. A campanha desenvolve uma cultura de alerta e sensibilização no combate ao câncer infantojuvenil”.
A presidente do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC), Tânia Rocha Cabral, falou da importância do diagnóstico precoce. A gente precisa envolver todo o RN nisso. A partir do momento que se faz esse diagnóstico antes, com certeza, salvamos vidas. O Setembro Dourado leva isso para todos os lugares, a possibilidade de diagnosticar com mais agilidade.
A oncologista infantil do Hospital Infantil Varela Santiago, Luciana Correia, lembrou da necessidade de melhor acessibilidade dos pacientes ao serviço de oncologia e aos diversos exames que precisam ser feitos. “A campanha é de extrema importância porque os sinais de câncer são comuns a várias doenças, então esses sinais precisam ser investigados, acompanhados para que possamos fazer o diagnóstico. Mas também é importante que nosso paciente chegue a um serviço de referência em oncologia. Muitas vezes entre a suspeita do diagnóstico e a entrada do paciente nesses hospitais demora um pouco. Então esse também é um desafio”.
A oncopediatra da Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer, Annick Beaugrand, também falou da preocupação dela com o assunto. “Ano passado tivemos no Rio Grande do Norte, entre 98 a 100 casos com diagnóstico. Hoje o câncer é a doença que mais mata criança. Se a estimativa é de 150 casos novos por ano, onde estão os 50 diagnósticos restantes? A gente não tem a prevenção primária. Uma criança que nasce com câncer a ciência não consegue determinar quem é o causador. A gente não pensa em câncer se as crianças não são diagnosticadas e não chegam nessas instituições. Nós temos as portas abertas, se a suspeita é de câncer, mas a criança tem que chegar nessas instituições”, explicou. “A gente precisa dessa parceria com a rede básica para não ficarmos sem saber dessa criança que se perdeu na rede por não ter um diagnóstico”, completou.
Com informações da Assecom/ALRN.
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