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A governadora Fátima Bezerra se reuniu com representantes da BI Energia para tratar sobre a viabilidade de implantação de um parque eólico offshore (no mar) na costa dos municípios de Touros, São Miguel do Gostoso e Pedra Grande. A reunião foi realizada nesta quinta-feira, 3, por videoconferência.
Também participaram da reunião, o secretário de Infraestrutura, Gustavo Coelho; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado; o diretor-geral do Idema, Leon Aguiar; o diretor-técnico do Idema, Werner Farkatt; e o coordenador de Desenvolvimento Energético da Sedec, Hugo Fonseca.
A governadora Fátima Bezerra deu as boas-vindas aos representantes da empresa e disse esperar que todas as tratativas para a implantação do parque eólico prosperem. “O Rio Grande do Norte reafirma cada vez mais sua vocação para a produção de energia eólica. Não é à toa que temos aumentado a posso capacidade, inclusive através de investimentos como esse que estamos tratando. O fato é que continuamos liderando o ranking da produção eólica no País. E temos uma capacidade extraordinária de ampliar isso”, avaliou a governadora. Ela ainda assegurou à empresa segurança jurídica e patrimonial para a instalação do parque eólico de forma tranquila.
Os engenheiros da BI Energia apresentaram detalhes do projeto, trataram dos trâmites a serem seguidos na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN e no Idema, e ainda sobre as licenças necessárias junto ao Ibama, que fiscaliza empreendimentos no mar, por se tratar de área da União.
Ficou programada para daqui a duas semanas a assinatura do Memorando de Entendimento, com a visita dos representantes da BI Energia à governadora – ocasião em que serão agendadas reuniões com os prefeitos de Touros, São Miguel do Gostoso e Pedra Grande.
ENERGIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
A BI Energia é uma das pioneiras no investimento em parques eólicos offshore no Brasil. Atualmente a empresa conta com um projeto no Ceará, que foi iniciado em 2016, para instalação de 59 torres, ao custo de 1 bilhão de euros. A expectativa dos empresários é de que a experiência com o projeto em terras cearenses ajude a deixar mais rápido o processo no Rio Grande do Norte. O projeto para a costa potiguar prevê um parque eólico com 300 Km² de área, com 52 aerogeradores de 12 MW de potência instalada (totalizando um parque de 624 MW). Serão construídas ainda duas subestações elétricas; uma marinha para a elevação da tensão e uma terrestre de transição. De acordo com a empresa, a previsão de produção de energia esperada é de 3.154.805,6 MWh no ano (3,1 mil Gwh/ano).
Por parte da BI Energia, participaram da reunião o empresário italiano Gaspare Ferrara, sócio na empresa do engenheiro Lúcio Bomfim, que apresentou o projeto ao Governo do RN, e ainda os engenheiros Mateus e Lucas. As primeiras reuniões ocorreram em janeiro deste ano.
Segundo Lúcio Bomfim, serão necessários de dois a três anos para o início das obras do parque eólico, contando com liberação do Ibama, termo de referência, audiência pública com as comunidades e projeto executivo. Ele também falou sobre a prática da empresa de sempre deixar um bem para a comunidade dos locais onde realiza obras, construído através de recursos próprios. “É nossa contrapartida social, independente da energia gerada, dos empregos criados, dos tributos que serão pagos. Ainda não identificamos qual seria o benefício no Rio Grande do Norte. Mas espero que nos informe as necessidades.” O engenheiro considerou a reunião bastante proveitosa e disse ter sido muito bem recebido.
ENERGIA EÓLICA NO RN
O Rio Grande do Norte tem a maior capacidade instalada de usinas eólicas em operação comercial do Brasil. Os dados foram analisados em abril e constam no InfoMercado Dados Gerais, que foi publicado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Ao todo, o RN tem capacidade de gerar 4.450 MW de energia. Além de ser uma conquista, o marco representa a reafirmação do Rio Grande do Norte e sua vocação para geração de energia eólica. O Estado tem aumentado sua capacidade instalada de maneira quase ininterrupta, sendo acompanhado por investimentos importantes nesse período. Atualmente temos 164 usinas em operação, 19 em construção e outros 84 projetos contratados, em que as obras ainda não foram iniciadas.
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