Escritos da Alma -a Alma da Representatividade-.
Redação/Blog Elias Jornalista
Nos primórdios da presença do Sapiens no planet que existimos, os problemas eram resolvidos coletivamente por causa da pouca população existente.
Decidiam se deviam ficar ou partir, como enfrentar os animais enormes e amenizar as intempéries da natureza – tais quais chuvas torrenciais, terremotos, erupções vulcânicas, frio-calor etc.
E assim foram obtendo vitórias, o que possibilitou o crescimento da prole, chegando um momento que acharam necessário designar representantes para decidir sobre os problemas, uma vez que já não tinha como reunir tantas pessoas para as assembleias coletivas.
Neste início esses escolhidos continuavam sendo o que eram, dedicando seu tempo as decisões de maneira voluntária.
E assim os sapiens foram cada vez empoderando sua natalidade, as populações crescendo, egos foram igualmente inflando e os representantes achando que mereciam um algo a mais.
Aí vieram os salários, os cartões corporativos, os funcionários, os correios, os cartões de Natal, os cabos eleitorais, os cafés e a tapiocas de graça, casas, planos de saúde, viagens sem limites até para o exterior, passaportes especiais, começaram a fazer eventos disso e daquilo, representar municípios, estados e países em tudo que se possa imaginar, carros novos e modernos, Internet, auxílio paletó, tornando com isso e muito mais, os nossos representantes, uma espécie de alienígenas num planeta onde absolutamente ninguém tem isso, exceto os ricos que alcançam tantas benesses em decorrência de suas vitórias nas profissões ou empreendimentos que executam.
Diante do quadro criado a essência da representação ficou órfã da alma primordial.
Hoje é objeto de desejo de alpinistas sociais em busca de fama e poder, de gente em busca de grana fácil, coletores de rachadinhas, amigos de grupos diversos que amam aliados para suas demandas em troca de benesses várias, enfim, podemos contar nos dedos, a esquerda, direita ou centro, os verdadeiros representantes.
Não observamos nenhum renunciar a nada disso, tentar mudar, reverter o quadro maquiavélico da representação prostituída, a máquina insaciável dos recursos públicos, distribuíndo benesses por interesses eleitorais, votando por vantagens pessoais, num jogo de simplesmente estar neste clube, nesta turma, neste grupo radicalmente privilegiado de TODOS os benefícios que se possa imaginar, o verdadeiro céu, como já exemplificou um certo senador já ido.
E o tempo passa e nada muda. Para manter esse céu, nos jogam no inferno da divisão, usando de nossas fraquezas, polarizando para a estrutura demoníaca permanecer intacta.
“Eu, tu e todos no mundo
No fundo, tememos por nosso futuro
ET e todos os santos, valei-nos
Livrai-nos desse tempo escuro…”
Gilberto Gil nosso novo imortal.
PS – reafirmo que existem almas boas nesta seara, mas lamento ausência de atuação mais forte neste sentido de redução de privilégios e retorno a uma representação mais verdadeira e livre de tantos adereços.
Que paguem por suas alimentações, saúde, etc, como todos nós. Não têm seus salários?
Luzzzzzz.
Flávio Rezende aos de dias, quarto mês, ano dois mil e vinte e dois. 12h07. Capim Macio. Natal/RN. Brasil
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