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Postado às 10h07 CulturaPlantão Nenhum comentário

Exposição excessiva a telas altera desenvolvimento de crianças.

Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com

A pandemia por causa do novo coronavírus alterou a rotina das famílias fazendo todo o mundo realizar um isolamento social por prevenção e, com os pais trabalhando home office tendo que adaptar a rotina escolar das crianças para dentro de casa, o momento é atípico. Neste cenário, os adultos acabam cedendo para soluções mais práticas e flexibilizam o uso de telas para os pequenos ficaram entretidos e não atrapalharem reuniões, por exemplo.

” Toda criança precisa ter um tempo controlado de tela. A gente recomenda que crianças abaixo de 2 anos não usem telas, entre 2 e 5 anos, recomenda-se no máximo 1 hora por dia. Após os 5 anos, cerca de 2 horas diárias. Precisamos ter um controle porque a exposição às telas impede o desenvolvimento saudável dessa criança que precisa ter contato com a natureza, relacionamento com a família e outros tipos de brincadeiras que estimulam a coordenação motora”, afirma a pediatra do Hapvida Saúde, Kallydya Pasqually.

Um estudo realizado pelo Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp/2020), sobre a exposição excessiva às telas de computador, televisão, celular tablet ou videogame mostrou que mais de 55% das crianças avaliadas faziam as refeições assistindo televisão, e 28% passavam longos períodos utilizando mídias de tela. Além disso, o uso excessivo de mídia de tela aumentou o risco de as crianças apresentarem habilidades motoras pobres, acentuou a inatividade física e diminuiu as horas de sono. O estudo abrangeu 900 crianças em idade pré-escolar, de 4 a 6 anos.

Para a médica do Hapvida Saúde, a utilização pode ser um bloqueio no desenvolvimento dos pequenos. ” Claro que com pandemia, tem algumas ações restritas, mas podemos estimular e desenvolver brincadeiras para dentro de casa e não só entregar o tablet e deixar a criança o dia todo assistindo algo que pode prejudicar o sono, atrapalhar na alimentação, prejudicar a audição, provocar dor nas costas e no ombro pela permanência em uma mesma posição durante muito tempo e até mesmo gerar distúrbios visuais”, esclarece Kallydya Pasqually.

De acordo com Kallydya, a exposição aumenta o risco das habilidades motoras justamente no período em que as crianças estão em desenvolvimento. Diante disso, é importante ter bom senso e flexibilizar as regras. Como alternativas, os pais e responsáveis podem diversificar as atividades. Tentar planejar dias para colorir, pintar e cantar. O momento é ideal para usar a sua imaginação e a do seu filho.

”A tela acaba isolando a criança naquele universo de redes sociais, vídeos de youtube, desenhos animados, quando fica em frente a isso não tem interação com as pessoas ao redor, família e amigos. Por isso, o comportamento também muda ao ver determinados desenhos e filmes. O conteúdo oferecido a criança deve ser mais rigoroso, a mãe e o pai precisam estar sempre controlando tudo que a criança está recebendo. Mas, claro que existem vídeos didáticos e que estimulam outros sentidos. O cérebro da criança está em formação, então até os 2 anos de idade a criança precisa de muitos estímulos para se desenvolverem de forma saudável. Tudo é equilíbrio”, reforça a pediatra.

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