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Extensionistas e agricultores participam de qualificação sobre algodão agroecológico.

Primeiro módulo foi ministrado pelo engenheiro agrônomo da Embrapa Algodão, Marenilson Silva, e integra ações do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar

Com ensinamentos teóricos e práticos, extensionistas rurais da Emater-RN e agricultores familiares, além de técnicos de ONGs, participaram nessa quinta-feira (22) do primeiro módulo do Seminário de Qualificação e Formação em Algodão Agroecológico, ministrado pelo engenheiro agrônomo Marenilson Batista da Silva, que atua na Embrapa Algodão.

Durante todo o dia, o grupo trocou experiências relacionadas ao cultivo do algodão agroecológico consorciado com outras culturas, como feijão, sorgo, milho e gergelim, com a apresentação de técnicas de produção. Entre os temas: arranjos institucionais, metodologia participativa, conservação do solo e da água, biofertilizantes e vazio sanitário, determinante para a convivência com o bicudo, pois consiste na prática, em um período de ausência de plantas vivas na lavoura.

As aulas aconteceram nas instalações do Centro de Treinamento da Emater-RN (Centern), situada na Fazenda Manimbu, em São José de Mipibu, e é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Emater e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf-RN), em parceria com a Embrapa Algodão, fruto de um Acordo de Cooperação Técnica assinado pela governadora Fátima Bezerra com a Embrapa Algodão, em Campina Grande (PB).

Segundo o diretor-geral da Emater, Cesar Oliveira, esse é o primeiro de um total de seis módulos que serão realizados ao longo do primeiro semestre de 2023, e que vai permitir aos agricultores familiares o aumento da produtividade do algodão consorciado com outras culturas. “Esses ensinamentos serão multiplicados para 800 agricultores familiares. Cada módulo tem a participação de 40 técnicos e agricultores que serão multiplicadores, de modo que os ensinamentos alcancem todos os territórios do estado”, disse o diretor.

Para o secretário Alexandre Lima, titular da Sedraf-RN, o curso faz parte do processo de planejamento das atividades da segunda fase do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar em 2023. “Os participantes estão exercitando, na prática, por exemplo, técnicas de conservação do solo e fabricação de biofertilizantes. É um processo contínuo de formação, com aprendizado de forma horizontal e um resgate à produção de algodão de forma sustentável no Rio Grande do Norte”, completou o secretário.

O pesquisador da Embrapa Algodão, Marenilson Batista, acredita que o retorno da cultura do algodão no Rio Grande do Norte será determinante para a geração de renda dos agricultores familiares, aproveitando o solo que já produz alimentos de subsistência, como o feijão e o milho. Essa renda será ampliada não só com a pluma, como também com o caroço do algodão utilizado na alimentação animal.

APRENDIZADO

Os participantes do curso terão a oportunidade de colocar em prática os ensinamentos a partir da próxima safra, em 2023, sejam eles produtores ou na qualidade de extensionistas rurais, responsáveis pela assistência técnica às famílias rurais. Dos 800 agricultores familiares que participarão do projeto em 2023, a Emater-RN vai prestar assistência técnica a 650 famílias, ou seja, mais de 81% dos agricultores participantes do projeto.

Gestora regional do escritório da Emater de Santa Cruz, a técnica agrícola Danielle Aprígio diz que a qualificação será fundamental para o sucesso da implantação desse projeto, pois traz uma nova metodologia ao cultivo, sem uso de agrotóxicos.

Em sua regional, Danielle soma cinco municípios pilotos em 2022, com a integração de 38 agricultores familiares. Para 2023, serão 78. “Obtivemos uma produção de aproximadamente 20 toneladas de algodão. Os agricultores estão muito felizes, pois não esperavam essa quantidade com algodão sem uso de veneno”, comemorou a extensionista.

Maria Joaquim, agricultora de São Miguel do Gostoso, também participante do curso, é uma das que foram contempladas com o projeto Algodão Agroecológico Potiguar. Com os novos aprendizados, pretende ampliar a produção que, este ano, já foi considerada muito boa.

“Trabalhei com o meu filho, tive o apoio da prefeitura municipal e Emater, com assistência técnica. Gostei da experiência, quero participar de novo”, sinaliza. Em uma área de 1 hectare de terra, a agricultora conseguiu uma produção de 34 sacas de algodão, totalizando 1360 quilos.

Na próxima semana, nos dias 26 e 27 de dezembro, respectivamente em Santa Cruz (Territórios Trairi e Seridó), Santo Antônio (Agreste Litoral Sul) e João Câmara (Território Mato Grande), serão concluídos os seminários territoriais de mobilização dos agricultores familiares para a safra 2023. As reuniões já foram feitas nos municípios de São Paulo do Potengi, Mossoró, Pau dos Ferros e Santa Cruz.

Para o próximo ano, a meta é viabilizar a participação de 800 agricultores, com mil hectares de algodão agroecológico em consórcio com cultivos alimentares como milho, feijão, sorgo e gergelim. A produtividade estimada para o próximo ano é de 600 quilos de algodão por hectare plantado.

O Projeto Algodão Agroecológico Potiguar foi lançado pela governadora Fátima Bezerra há exatamente um ano e obteve a primeira safra neste exercício atual, com a mobilização de 30 municípios, 254 agricultores familiares, que garantiram o cultivo de 340 hectares de algodão em consórcio com as demais culturas alimentares. A produção chegou a 117 toneladas de algodão.

São parceiros do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar, além da Embrapa Algodão, prefeituras, Sebrae, Diaconia, Acopasa, Vert, Unicafes, Instituto Casaca de Couro, Norfil, FAO, Rede Xique-Xique e Justa Trama.

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