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Ezequiel expõe iniciativa de inclusão da Assembleia a técnicas da Câmara Federal. (Foto: Eduardo Maia).

Ezequiel expõe iniciativa de inclusão da Assembleia a técnicas da Câmara Federal. (Foto: Eduardo Maia).

Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo/eliasjornalista.com

O projeto de inclusão profissional de pessoas com síndrome de down nas atividades do plenário e dia a dia da Assembleia Legislativa vai servir de modelo para iniciativa semelhante na Câmara dos Deputados. A informação foi dada pelas representantes da Câmara Federal, Adriana Jannuzi e Virgínia Queiroz, coordenadora do Programa de Acessibilidade e diretora da Secretaria Geral da Mesa Diretora, respectivamente. A comitiva veio ao Estado para conhecer o projeto de perto e foi recebida pelo presidente da Casa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), e pelo deputado Ricardo Motta (PROS), autor do projeto.

“É uma satisfação receber representantes da Câmara Federal que vem conhecer o projeto in loco para que possa ser implantado lá. Mais do que um projeto administrativo, a convivência com Kalina, Manuela e Filipe é uma experiência única. Eles nos ensinam diariamente que não existem limitações entre pessoas. Aqui, na Casa do Povo, cada um pode exercer plenamente a cidadania”, destaca Ezequiel Ferreira.

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte é pioneira na inclusão de pessoas com síndrome de down. Implantado em 2011, o projeto contratou Manuela Nely de Lima Araújo, 31, Kalina Santos Falcão, 28 e Filipe Medeiros Ramos, 29, para trabalhar com funções no cerimonial e no plenário.

“Há um ganho em várias áreas como cidadania, economia e elevação da autoestima não só deles que estão aqui dentro da Assembleia, mas de quem estuda com eles na instituição que fazem parte”, destaca a coordenadora do Programa de Acessibilidade, Adriana Jannuzi. A visita das representantes da Câmara Federal foi articulada pelo deputado federal Rafael Motta (PSB), através do presidente da Casa, Ezequiel Ferreira.

A Câmara Federal possui uma série de ações de acessibilidade executadas pelos diversos setores, mas nenhuma que envolva o dia a dia de atividades de Plenário, como na Assembleia Legislativa do RN. “Temos servidores, funcionários terceirizados e deputados com deficiência física e intelectual. Mas da parte do pessoal que trabalha na Câmara do Deputados, nenhum atua no Cerimonial nem no Plenário”, explica Adriana Jannuzi.

“Eu sou muito feliz por trabalhar no Cerimonial. A parte que eu mais gosto é receber as pessoas quando chegam aqui. Também gosto de arrumar os convites e de falar com os deputados”, afirma Kalina Santos, que se destaca positivamente no setor e recebe elogios constantes dos companheiros de trabalho.

Para o autor do projeto, deputado Ricardo Motta (PROS), a iniciativa mostra que o projeto está atingindo o objetivo proposto. “Nós sabemos que ser portador da síndrome ainda é, infelizmente, uma barreira a ser vencida para inserção no mercado de trabalho. E a Assembleia Legislativa vem conseguindo mostrar que é plenamente possível. São pessoas responsáveis, dedicadas e capacitadas”, avalia.

A experiência bem sucedida já foi apresentada para assembleias legislativas de outros estados. É fruto de uma parceria com a Associação de Síndrome de Down do RN e Associação de Pais e Pessoas com Deficiência, de funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB).

ENTREVISTA
Adriana Jannuzi

“Programa de inclusão da ALRN vai aprimorar nossos mecanismos”.

A coordenadora do Programa de Acessibilidade da Câmara dos Deputados, Adriana Jannuzi, esteve na Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (22) para conhecer o programa de inclusão de pessoas com síndrome de down. Aqui ela faz uma análise do programa que já foi apresentado para assembleias legislativas de outros estados.

Qual o principal motivo dessa visita?
Viemos aqui para saber realmente como funciona o programa de inclusão de síndrome de down, aprimorar os mecanismos na Câmara dos Deputados e saber como eles se sentem e o que fazem.

Como funciona o Programa de Acessibilidade da Câmara Deputados?
Nosso levantamento está defasado, mas atendemos pelo menos 95 servidores com deficiência física ou intelectual, um pouco mais de 30 parlamentares com deficiência física ou necessidade especial e fazemos um trabalho de atendimento ao público externo.

E já trabalham com pessoas com síndrome de down?
Sim, mas não só com a síndrome como também com pessoas com deficiência intelectual. Esses atuam no Centro de Documentação e Informação, na limpeza e restauração de documentos. O que chamou nossa atenção foi a participação deles nas atividades plenárias, especialmente nas sessões ordinárias.

E como o modelo da ALRN pode influenciar o trabalho na Câmara dos Deputados?
Podemos inseri-los nas atividades do cerimonial, recepção e nas sessões solenes, por exemplo. Acho que nas sessões ordinárias fica mais complicado pela dimensão do ambiente. São mais de 500 deputados e a intensidade do trabalho é maior do que aqui, que possui 24 parlamentares.

Qual a impressão que você leva do trabalho de inclusão da Assembleia?
Estou muito emocionada com o que vi. Lidar com pessoas como eles nos torna mais humanos e o ganho é para todos.

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